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Terça - 27 de Maio de 2014 às 16:51

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As investigações da Polícia Federal (PF), conforme um dos inquéritos e documentos liberados hoje pela Justiça Federal, apontam que as construtoras Encomind e Todeschini pagavam empréstimos milionários feitos por Eder Moraes em nome do hoje governador Silval Barbosa (PMDB) e do então governador e hoje senador Blairo Maggi (PR) junto ao empresário Junior Mendonça. De acordo com o inquérito, mais de R$ 12 milhões passaram pelas contas correntes das empresas Globo Fomento e Comercial Amazônia de Petróleo.

Os federais já suspeitavam das transações financeiras vultuosas, mas só conseguiram ligar os elementos após o depoimento de Junior Mendonça, que colabora com as investigações sob o regime de delação premiada, como já revelou ODocumento.

_“Merecem atenção as informações prestadas a seguir, sobretudo porque esclarecem condutas de lavagem de dinheiro as quais, inclusive, estão materializadas em documentos apreendidos nos autos. Nos referimos aqui a notas fiscais cujo significado somente se tomou claro após as declarações prestadas por GÉRCIO MARCELINO MENDONÇA JUNIOR. Os fatos e circunstâncias narrados corroboram a vastidão e complexidade do esquema de operação ilegal de instituição financeira”, diz trecho do inquérito.

De acordo com o que disse Mendonça aos federais, Eder fazia vários empréstimos para Silval e Eder. Alguns deles foram pagos pelas construtoras Encomind e Todeschini, a pedido do ex-secretário de Estado, conforme cita o trecho:

_“Depoente relata que por vezes o pagamento era realizado por transferência de pessoas físicas indicadas pelo grupo. Que o grupo (EDER MORAES, SILVAL BARBOSA e BLAIRO MAGGI) pagava o depoente mediante transferências bancárias originárias de contas de empresas. Normalmente construtoras, a exemplo da ENCOMIND e TODESCHINI”, disse.

Mendonça informou, por exemplo, que o primeiro pagamento realizado pela Encomind foi feito em 04/09/2009, no valor de R$ 1.900.920,00. Para justificar a transferência, o empresário falsificou uma nota fiscal simulando a venda de 868 mil litros de biodiesel.

Após a delação, a PF cruzou dados e descobriu que as transferências para as empresas do delator foram feitas sempre após as construtoras receberem pagamentos oficiais do governo do estado, poucos dias depois.

(...)“Chama a atenção o fato de que, coincidentemente, na mesma data da emissão da nota fiscal, em 01/09/2009, durante a gestão do ex-Governador e atual Senador da República BLAIRO MAGGI (01/01/2007 a 09/03/2010), o Governo do Estado de Mato Grosso empenhou para a ENCOMIND o valor de R$ 12.386.490,14 (doze milhões trezentos e oitenta e seis mil e quatrocentos e noventa reais e quatorze centavos), referentes a pagamento relativo ao restabelecimento do equilíbrio econômico e financeiro decorrente de contrato firmado com DERMAT/DVOP, cujo pagamento foi efetivado em 03/09/2009. Em 04/09/2009, a ENCOMIND realizou transferência bancária no valor de R$ R$1.900.920,00 (um milhão novecentos mil e novecentos e vinte reais), no interesse do grupo, conforme extrato do FIPLAN”.

A polícia ainda descobriu que ainda em 2009 também foi feito um empenho à Encomind no valor de R$ 12 milhões. O pagamento foi efetivado no dia 15/09/2009.

Mendonça ainda informou que a Encomind fez de uma vez só, no dia 19/04/2010 um pagamento de R$ 6.570 milhões para o qual foi forjada a venda de 3 milhões de litros de biodiesel para entrega futura. A construtora ainda realizou mais duas transferências eletrônicas no valor total de R$ 3,430 milhões nos dias 23, 26 e 27/04/2010.

A Polícia Federal observou que o governo do estado empenho no dia 13/04/2010 para a Encomind, no valor de R$ 25.120.431,73. Consta também no inquérito dois pagamentos realizados pela Todeschini Construção e Terraplanagem à Comercial Amazônia no valor de R$ 2.485.000,00 e R$ 110.000,00.

Junior Mendonça, diante do volume de operações em sua conta corrente chegou a perder a noção de quem realmente seria o dono da dívida, mas afirmou que sabia ser do grupo de Eder, Silval e Blairo.





Fonte: O Documento

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