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Politica MT
Quarta - 28 de Maio de 2014 às 08:21

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O ex-secretário de Estado Eder Moraes (PMDB), preso na semana passada durante a 5ª fase da Operação Ararath, teria tentado persuadir o empresário Júnior Mendonça, delator de todo esquema que culminou na Operação, para que direcionasse sua delação à Polícia Federal no sentido de protegê-lo e "blindar" o ex-governador e atual Senador da República, Blairo Maggi (PR) de fatos que poderiam vir à tona, ainda desconhecidos, em razão do curso das investigações, jogando toda a ‘culpa’ no governador Silval Barbosa (PMDB) e em deputados, como por exemplo, o José Riva (PSD).

“O depoente (Júnior Mendonça) afirmou a Eder Moraes que iria depor à Polícia Federal, mas diria a verdade. Sendo que Eder Moraes solicitou que o Depoente blindasse o Blairo Maggi e jogasse a culpa no Silval e nos deputados do "Sistema"; Que por exemplo dos Deputados do "Sistema", os Deputados José Riva, Mauro Savi, Sérgio Ricardo (então Deputado' Estadual) e Outros; Que o depoente não concordou com a Proposta; (...)";..termo de declaração prestado em 24/02/2014.”, consta do relatório da Polícia Federal com a transcrição do depoimento de Mendonça.

Consta ainda da ação penal que por diversas vezes Eder tentou ‘levar’ Mendonça à Brasília para que fizesse a delação ao delegado da Polícia Federal de lá. Toda ação seria intermediada pelo promotor de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Marcos Regenold. Por várias esse depoimento foi remarcado, porém nunca chegou a acontecer por alguns desencontros.

“Eder Moraes relatou que para chegar até a Polícia Federal em Brasília ele mencionou que enquanto Secretário de Estado de Fazenda ele prestigiou o MP/MT com recursos e quê por isso ele teve esse acesso ao MP/MT, GAECO e PF/Brasília; Que na segunda-feira seguinte, Eder Moraes tentou remarcar a mesma reunião no GAECO, e o Depoente não mais respondeu”, relatou ainda o delator à PF.

Na tentativa ainda de persuadir Mendonça, Eder Moraes teria garantido a ele que Silval teria colocado oito pessoas (a quem chama de elementos) para monitorá-los. Júnior afirmou a Polícia que Eder não mencionou o nome do promotor de Justiça que seria o responsável por facilitar o seu acesso ao Gaeco. “Eder Moraes relatou que a Procuradora da República Vanessa e o Delegado Wilson não participariam da reunião pois as negociações da delação estariam em outra "alçada”, consta do depoimento.

Consta da ação, que conclusão de Mendonça chegou e afirmou à Polícia Federal, era de que Eder Moraes tinha intenção de blindar de Blairo Maggi, inclusive pelas entrevistas prestadas por Eder Moraes após o cumprimento de busca e apreensão em sua residência; QUE o Depoente entende que as entrevistas são ameaças veladas pois EDER MORAES relatou que em Brasília foi por ele solicitado que não mexessem com sua família e blindassem sua candidatura a deputado Estadual em 2014; Que Eder Moraes teria relatado ao Depoente que teve sorte de ir a Brasília para blindar sua família e sua candidatura e que e o depoente teve a sorte de ser incluído nesse acordo”, mais uma vez deixa claro Mendonça em depoimento sobre as tentativas de Eder de convencê-lo a ‘blindar’ Maggi.

Na ação o Ministério Público Federal afirma que diante desse quadro é possível concluir, sem sombra de dúvida que Eder, valendo-se de seu "prestígio e influência" decorrentes do fato de ter exercido funções de destaque do Governo do Estado de Mato Grosso, entre elas as de Secretário de Estado de Fazenda, Secretário Extraordinário para a Copa do Mundo Fifa 2014 (SECOPA)e Chefe da Casa Civil, e da delação criada com o Ministério Público Estadual, especificamente com o integrante do GAECO, Promotor de Justiça Marcos Regenold (com conhecimento e. por intermédio do Procurador-Geral de Justiça, Paulo Prado, o qual fez o contato inicial com o Superintendente Regional da PF), tentou influenciar, de forma ilegal, os rumo da investigação em curso na Superintendência Regional de Polícia Federal.

O outro lado

O senador Blairo Maggi (PR-MT) negou qualquer envolvimento no esquema de lavagem de dinheiro que é alvo de inquérito instaurado pelo Ministério Público Federal (MPF) e que resultou no desencadeamento da Operação Ararath da Polícia Federal, responsável pela prisão de algumas das autoridades mais importantes de Mato Grosso.

De acordo com sua assessoria de imprensa, o senador nunca autorizou ou incentivou nenhum servidor a contrair empréstimos.

“O senador Blairo Maggi jamais autorizou, incentivou ou solicitou que qualquer servidor cometesse qualquer tipo de ato que ferisse o interesse público”, consta de nota que foi lida por telefone por um assessor direto.

A assessoria do senador preferiu não comentar as acusações que constam do inquérito segundo as quais a inclusão de diversos atores na investigação do tinha por objetivo tirar Blairo Maggi do foco das apurações.

Questionado sobre como o senador recebeu ou “viu” as acusações do MPF sobre o esquema de lavagem de dinheiro durante seu governo, o assessor afirmou que o senador licenciado não “viu” as denúncias, ou seja, não tomou para si qualquer responsabiliade nos últimos acontecimentos.

“Ele não viu. Ele ainda encontra-se em viagem e coloca-se à disposição do Ministério Público para prestar quaisquer esclarecimentos”, acrescentou.

Na última semana, Maggi foi beneficiado com uma decisão do ministro Dias Tóffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou desnecessário o cumprimento de mandados de busca e apreensão por parte da Polícia Federal na casa e no escritório do senador, citado pelo delator como o maior beneficiado do esquema.





Fonte: Olhar Direto

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