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Quarta - 28 de Maio de 2014 às 10:39

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Alvo da operação Asafe, desembargador afastado Evandro Stábile é um dos que teriam vendido sentença
Alvo da operação Asafe, desembargador afastado Evandro Stábile é um dos que teriam vendido sentença

Os depoimentos prestados pelo empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal mostram que o esquema financeiro ilegal operado por ele também financiou a compra de sentenças judiciais em Mato Grosso.

Um dos episódios envolve o desembargador afastado Evandro Stábile, ex-integrante do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e suspeito de venda de sentença, em caso investigado pela operação Asafe, desencadeada em 2010.

No depoimento, Júnior Mendonça afirma que, em 2009, emprestou R$ 500 mil ao prefeito de Sinop, Juarez Costa (PMDB), que tentava reverter sua cassação na Justiça Eleitoral. O dinheiro seria usado para comprar a sentença.

Júnior Mendonça relata que à época foi procurado pelo então juiz eleitoral Eduardo Jacob, que dizia estar ali a pedido do, à época vice-governador Silval Barbosa (PMDB). O peemedebista, segundo Jacob, estaria temeroso de perder apoio no norte do Estado, caso seu partido ficasse sem a prefeitura da mais importante cidade da região.

Eduardo Jacob, que já morreu, solicitou então que Júnior Mendonça levantasse R$ 500 mil para “pagamento de propina a Evandro Stábile, para resolver o problema de Juarez Costa”, conforme consta no depoimento.

Na época, Costa teve a candidatura de prefeito cassada por abuso de poder econômico e compra de votos, mediante distribuição de vales combustível na eleição de 2008.

Diplomado por força de liminar, ele impetrou um recurso para anular a decisão que o cassara, mas teve o pedido rejeitado. Em mais uma tentativa, protocolou uma ação cautelar, que foi distribuída para Stábile. O desembargador recebeu o pedido no dia 30 de junho de 2009 às 17h52. Seis minutos depois, saía a decisão que reconduzia Costa ao cargo.

Em outro trecho de seus depoimentos, Júnior Mendonça revelou que o ex-secretário de Estado Eder Moraes (PMDB), principal operador do esquema, fez um empréstimo de R$ 500 mil em sua factoring para repassar a um juiz de Cuiabá.

A declaração foi dada quando as autoridades confrontaram Júnior Mendonça a uma planilha com diversos nomes e valores. Um dos termos era a palavra “Serou” acompanhada da cifra de R$ 500 mil.

“Que o depoente registrou a expressão ‘Serou’ como sendo referente ao juiz estadual Seror, pois o depoente viu na imprensa que foi publicada uma decisão judicial que sequestro aproximadamente R$ 80 milhões em favor do governo do estado de Mato Grosso”, consta no depoimento de Júnior Mendonça.

Ainda conforme as declarações, o empresário questionou Eder Moraes se o dinheiro tinha a ver com a decisão favorável ao Estado e ele confirmou.

O juiz estadual a que se refere Junior Mendonça é Roberto Teixeira Seror, da Vara Especializada da Fazenda Pública de Cuiabá. Embora a Corregedoria do Tribunal de Justiça não confirme, será aberto um procedimento interno para averiguar a denúncia. Por meio da Corregedoria, Seror informou que não se pronunciaria. 





Fonte: Do DC

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