Silval afirma que jamais pensou em renunciar e se diz vítima de abusos na Ararath

“Eu não vou renunciar. Isso é uma mentira deslavada que tentaram propagar. Jamais cogitei isso. E eu confio plenamente na Justiça”. A reposta incisiva partiu do governador Silval Barbosa (PMDB), com um semblante apreensivo, durante entrevista coletiva, na manhã desta terça-feira (03/05), no Palácio Paiaguás, momentos após se reunir com os dirigentes dos poderes Legislativo, Judiciário e Tribunal de Contas do Estado (TCE).

O governador lamentou que “forças ocultas” tenham tentado plantar “a desinformação” sobre uma possível renúncia ao mandato. “É um absurdo. Nem cabe resposta. Nunca avaliei essa possibilidade”, pontuou ele.

Barbosa afirmou que irá combater os abusos aos quais foi vítima, durante a Operação Ararath. “Entraram em meu apartamento para buscar um suposto caderno com anotações. Então, encontraram uma arma, à qual tenho há décadas, com registro vencido. Fui convidado – veja bem, convidado – a ir até o Departamento de Polícia Federal prestar esclarecimentos. Fui sem temor. Após a declaração, fui detido arbitrariamente, com eles dizendo que estava preso flagrante. Quem poderia fazer isso era o ministro [José Dias] Tóffoli”, observou ele.

“Eu nem sabia que registro de arma vencia. Deve ter ocorrido após o Estatuto do Desarmamento. Mas foi um abuso. Nem o delegado, tampouco a Procuradoria [Ministério Público] poderiam me prender. Isso é competência somente do STF. Paguei a fiança e saí de lá [PF] porque nada temo”, disse ele, ao confirmar só ter sido liberado sob fiança de R$ 100 mil, arbitrada pela Polícia Federal.

“Sou um homem que defende as instituições da República. Portanto, confio na Justiça e, certamente, tudo será esclarecido a seu tempo”, pontuou ele, respondendo a questionamento da reportagem do Olhar Direto.

Agenda positiva

Silval passou parte da manhã reunido com o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Romoaldo Júnior (PMDB); presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, desembargador Orlando Almeida Perri; e presidente do TCE, conselheiro Waldir Júlio Teis, discutindo o que chamou de ‘Agenda Positiva’ para o último semestre de seu mandato, que se encerra em dezembro. O procurador geral de Justiça, Paulo Prado, alegou “motivo de força maior” para não comparecer à reunião.

Barbosa disse que a tônica da conversa girou na prioridade para as ações emergenciais, na Copa do Pantanal Fifa 2014, que se inicia no próximo dia 13. Nesta quarta-feira, a partir das 9 horas, Silval se reúne com os prefeitos de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), e de Várzea Grande, Walace Guimarães (PMDB), para tratar do mesmo assunto, por entender que a Copa do Pantanal envolve toda a Baixada Cuiabana.

“Discutimos o que deve ser feito, como a boa receptividade dos turistas e medidas para Mato Grosso fazer bonito, na Copa”, assegurou ele. Os dirigentes dos poderes constituídos entraram e saíram no Palácio Paiaguás pelo elevador privativo do Gabinete do Governador e não falaram com a imprensa.

Romoaldo Júnior explicou, através da assessoria, que faria um pronunciamento sobre o tema, na sessão ordinária desta terça-feira, a partir das 17 horas, no Plenário Renê Barbour da Assembleia.