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Politica MT
Quinta - 12 de Junho de 2014 às 13:39

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Assim que a bola rolar na Arena Corinthians, na abertura da Copa 2014, o país automaticamente muda de foco. Saem de campo o caos com as obras nas cidades - sedes e as denúncias de superfaturamento da Copa das copas, e entram em cena o amor pelo futebol e o patriotismo. Em Mato Grosso, a principal caixa de ressonância da sociedade, a Assembleia Legisaltiva, poderia seguir o exemplo e mudar também. Substituir esse esquema tático tão questionado nos últimos 20 anos por um que faça jus ao seu apelido, “A Casa do Povo de Mato Grosso”. O parlamento mato-grossense precisa de transparência, e já!

A Operação Ararath, por bem ou por mal, escancarou as mazelas de classe política do Estado. E mais: abriu caminho para que as caixas de todos os poderes sejam abertas. A da Assembleia, segundo os principais homens da Justiça, é preta. Ninguém sabe dizer ao certo como são consumidos os quase R$ 600 milhões de orçamento anual do poder. O quês e sabe, ou se depreende, é que gestores, secretários, deputados, metem os pés pelas mãos, andam de carrões, viajam, festuam ao bel prazer. Obras nunca param, ou seja: o poder legislativo do estado vive constantemente em obras que nunca têm fim.

´São mais de meio bilhão de reais destinados para custeio de um poder que ocupa apenas um quarteirão do grandioso Centro Político Administrativo.

Guardiã e mentora de leis, pela Constituição, a Assembleia Legislativa é o acesso da legalidade: ignora a lei 12.527, de 18 de novembro de 2011, que ficou conhecida como a Lei do Acesso. Hoje os poderes são obrigados a dar publicidade a tudo que os envolve, inclusive os gastos. Um busca pelo site do legislativo, no endereço eletrônico www.al.mt.gov.br , o cidadão até encontra alguns balancetes, porém superficiais, sem detalhes e estratificação das despesas. O último foi divulgado há dois anos, em 2012. É muito pouco. Como órgão que funcionam sobre gestão de agentes públicos, é preciso dar satisfações à sociedade.

O povo precisa saber, por exemplo, como a Secretaria de Comunicação da Assembleia aplica os seus R$ 24 milhões. O povo precisa entender como é possível gastar R$ 40 milhões com gráficas e R$ 35 milhões com papelaria. O povo precisa saber o que se compra com R$ 38 milhões em equipamentos eletrônicos e periféricos de infornática. O povo precisa saber como pequenas reformas geram custos de R$ 80 milhões.

O Documento teve acesso a várias planilhas de gastos realizados pela Assembleia Legislativa nos últimos anos e vai iniciar uma série de reportagens com abordagem detalhada de todas as informações nos próximos dias. A sociedade clama por transparência e não admite mais a farra com o dinheiro público.

O juiz já deu o apito inicial e o jogo começou. Para levantar a taça, é preciso ter maestria no meio de campo e bons atacantes, mas a defesa precisa estar sempre bem montada. É preciso dar de goleada naqueles que acham que os impostos, pagos com suor cáustico do cidadão, podem ser reunidos para beneficiar a si mesmo, às suas esposas, filhos ou namoradas. E também amiguinhos, empreiteiros, e empresários. A Secretaria de Comunicação da casa precisa de comunicar.





Fonte: O Documento

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