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Sexta - 25 de Julho de 2014 às 11:28

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Ideia de se colocar alunos de vários cursos juntos para estudar disciplina comum da grade contraria estudantes
Ideia de se colocar alunos de vários cursos juntos para estudar disciplina comum da grade contraria estudantes

Estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) estão se mobilizando contra as diretrizes do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) que estão sendo adotados pela reitoria da instituição. Ontem eles se reuniram no Restaurante Universitário para discutir “os reflexos de uma expansão mal-intencionada”. 


De acordo com Sérvulo Neuberger, membro do coletivo Alternativa Estudantil pela Base (EAB), a flexibilização curricular, que está preste a ser adotada pela instituição, consiste, por exemplo, em alunos de diversos cursos estudando uma disciplina em comum na grade. “Sou estudante de Comunicação Social, minha aula de língua portuguesa passaria a acontecer com alunos de outros cursos, como Letras, Filosofia, Ciências Sociais. Uma sala com 20 alunos passaria a contar com 80 mais ou menos”, explicou.

Em panfletos distribuídos para os estudantes, o coletivo afirma que apesar do “nome bonito”, o método apresenta um problema real. “a reestruturação vai ocorrer esse ano na Universidade toda, carga horária diminuída e as salas vão ficar cada vez mais cheia. A educação passará a ser uma mercadoria”.

Para o estudante o método não representa qualidade no ensino, já que a disciplina não seria lecionada para a área de atuação e sim de forma abrangente. “Para os professores também não é bom, já que vão ficar sobrecarregados, vai aumentar a produção e o salário não mudará”, disse.

O estudante defende que se a “junção” fosse como uma via de mão dupla, onde se aprende e ensina, seria uma boa opção, mas com os moldes que estão sendo trabalhos não representa a qualidade do ensino público, por qual eles têm lutado.

A ideia também é abominada pelo professor doutor do curso de Letras, Roberto Boaventura. Segundo ele, a flexibilização faz com que os cursos fiquem fragilizados. “Essa ideia não surgiu a toa, acontece que vivemos em um momento de flexibilidade. Essa lógica está voltada a contemporaneidade, hoje vemos tudo muito fragmentado”, lembra.

Por fim, Boaventura acrescenta que a universidade jamais poderia entrar nessa perspectiva, e sim manter cada curso com suas aulas e deslumbrar da estrutura para o acadêmico de forma prévia.

Outra problemática abordada pelo coletivo é a falta de professores nos departamentos educacionais. Em abril deste ano, estudantes do curso de Geografia foram às ruas após serem prejudicados pela falta de docentes para três disciplinas. Contudo, a situação parece não ter melhorado, já que por todo o campus em Cuiabá, placas afirmam: “não tem professor na UFMT”.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da UFMT, para contrapor as ideias apresentadas, mas não obteve retorno até o fechamento. 





Fonte: Do DC

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