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Economia
Quinta - 31 de Julho de 2014 às 18:29

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A falta de chuvas e o desconto de 18% na conta de luz em 2013 se unem aos empréstimos dados pelo governo federal às distribuidoras de energia nos últimos anos e serão responsáveis por uma alta que vai pesar no bolso dos brasileiros ao longo de 2015.

Na última terça-feira (29), o diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Romeu Rufino, anunciou que o impacto do financiamento de R$ 17,7 bilhões dado para as empresas do setor será de oito pontos percentuais.

A Aneel, porém, informa que esse número não é algo fechado e que os oito pontos percentuais podem não ser exatamente transformados em 8% de reajuste, porque o valor final deve considerar o volume de chuvas e outros fatores.

Especialistas ouvidos pelo R7 divergem sobre o valor médio do reajuste das tarifas de energia em território nacional. Os números estimados por eles variam de 11% a 30%, mas os motivos citados para o aumento são os mesmos.

Para Paulo Steele, sócio da TR Soluções, o início do pagamento dos empréstimos que estão sendo concedidos desde o ano passado vai fazer parte do impacto anunciado pelo diretor-geral na Aneel, ao lado de vários outros elementos. Entre eles, Paulo menciona justamente o desconto de 18% dado pelo governo e a falta de chuva.

— Parte do problema começou em 2012, quando foi anunciado que haveria uma redução tarifária extraordinária e não ocorreu um leilão de distribuição. Com isso, as distribuidoras já entraram em 2013 expostas, porque não compraram a energia necessária (...) Por uma infeliz coincidência, no meio daquele mesmo ano parou de chover.

Walter de Vitto, analista da consultoria Tendências, concorda que a origem da alta tem início em 2012, com a escassez hídrica iniciada no período. Segundo ele, desde então passou a ser necessário o acionamento das usinas termoelétricas, o que encareceu o preço da energia paga pelas concessionárias.

— O governo vem tentando segurar esse aumento e utilizou de alguns refúgios. Em 2013, foram utilizados recursos do Tesouro [Nacional] para segurar o aumento e agora recorreu aos bancos para que se fizesse um empréstimo com a intenção de cobrir esse custo extra da geração da energia.

Reajustes

Entre os especialistas consultados, o diretor da Trade Energy, Luís Gameiro, foi o que mostrou uma estimativa mais pessimista para o próximo ano ao dizer que observa alta entre 25% e 30% para as contas do setor no próximo ano. Walter indicou que o reajuste médio repassado pelas distribuidoras deve ser um pouco menor ao longo do próximo ano: de até 20%.

Paulo, por sua vez, discorda e acredita que o reajuste não deve ser tão elevado. A previsão do sócio da TR Soluções é de um reajuste de 11% em 2015. Para ele, as projeções mais elevadas são “alarmistas”, porque várias usinas brasileiras vão vencer concessões e produzir energia a preços mais baixos.

— Essa energia barata vai ocasionar no mercado um impacto negativo entre 5,5% e 6%. (...) Então, se a gente pegar todos os fenômenos, a expectativa de reajuste médio é de 11% para 2015, 16% para 2016 e em 2017 já cai para ordem de 7%.

A expectativa do sócio da TR Soluções é a mesma dada pelo secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, que falou sobre o assunto na manhã desta quarta-feira (30) na rádio CBN. De acordo com ele, o governo pretende reajustar a conta de luz em 2,6% em 2015, em 5% no ano seguinte e em 1,4% em 2017.





Fonte: Do R7

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