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Economia
Domingo - 21 de Setembro de 2014 às 16:53

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A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, afirmou na sexta-feira (19) que o governo ficou "chocado" com os erros admitidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e informou que serão criadas duas comissões – uma para avaliar a consistência da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílio (Pnad) e outra para encontrar as razões da falha e identifcar os eventuais responsáveis.


O IBGE anunciou na quinta (18) que a desigualdade de renda proveniente do trabalho aumentou, mas nesta sexta informou que diminuiu. O índice de desigualdade anunciado para 2013 era 0,498 – o número correto, segundo o instituto, é 0,495. O equívoco afetou diversos índices divulgados, como analfabetismo e o índice de Gini, que calcula o nível de desigualdade no país. O valor desse índice varia de zero (a perfeita igualdade) até um (a desigualdade máxima).

“O governo está chocado com esse erro cometido pelo IBGE. Como disse a presidente do IBGE, é um erro gravíssimo e em razão disso o governo decidiu constituir uma comissão de especialistas independentes para avaliar a consistência da Pnad e constituir uma comissão de sindicância para encontrar as razões do erro e, eventualmente, as responsabilidades funcionais do porquê isso aconteceu”, disse a ministra no início da noite em Brasília.

A ministra informou que não há prazo para a conclusão dos trabalhos e que as comissões serão compostas por representantes de quatro ministérios (Planejamento, Justiça, Casa Civil e Controladoria-Geral da União).

Questionada sobre como ficará a reputação do IBGE após a divulgação dos erros, Miriam Belchior afirmou que o governo tenta entender o que aconteceu e disse que não é possível antecipar juízo de valor sobre as responsabilidades.

“Eu lamento que isso tenha acontecido. Eu acho que houve uma falta de cuidado em um procedimento básico para quem faz estatística em qualquer lugar. Eu lamento muito que tenha acontecido porque isso prejudica uma pesquisa considerada muito importante para o desenvolvimento de políticas públicas e para avaliar os avanços que o Brasil tem vivido nos últimos anos”, afirmou.

Miriam Belchior disse também que ministros do governo concederão entrevista coletiva à imprensa neste sábado (20), às 10h30, em Brasília, para comentar os novos dados da Pnad. Entre outros, devem participar os ministros Henrique Paim (Educação) e Tereza Campello (Desenvolvimento Social).

A ministra afirmou aos jornalistas ter tomado conhecimento na manhã desta sexta de que poderiam ter ocorrido erros na divulgação da Pnad, mas que o governo só recebeu a confirmação no início da noite.

Indagada se a presidente do IBGE, Wasmália Bivar, será demitida, Miriam Belchior disse que é preciso aguardar os resultados das sindicâncias. “Estamos criando as comissões e será a partir dos resultados apresentados que decisões serão tomadas”, disse.

Impacto eleitoral
Miriam Belchior comentou o possível efeito eleitoral que o erro na divulgação dos dados pode causar. Após a divulgação do episódio, o candidato Aécio Neves (PSDB) afirmou que o governo causa "dano" às instituições.

Segundo a ministra, em um momento eleitoral, "qualquer coisa é usada politicamente", mas ressalvou que o IBGE apresentou a correção e buscou minimizar o impacto negativo do erro.
“Eu acho que no momento eleitoral qualquer coisa é usada politicamente. Acho que o IBGE, alertado do erro, rapidamente corrigiu e fez a correção, apresentou à sociedade brasileira a correção, e acho que esse é um compromisso que o IBGE tem de minimizar o impacto negativo que tem na ação do órgão ter cometido esse erro tão grande”, comentou.

Miriam Belchior destacou ainda que o governo dá as condições necessárias para o IBGE fazer as pesquisas. “O quadro de funcionários cresce 6%, neste ano liberamos 660 novos servidores exatamente para dar condições para o IBGE seguir fazendo suas pesquisas, e o orçamento nesse período nosso cresceu mais do que 60%, ou seja, indicadores claros das condições que o IBGE tem para realizar pesquisas”, afirmou.




Fonte: DO G1

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