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Sexta - 28 de Novembro de 2014 às 12:47

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Odair Geller e Milton Geller são investigados, na Operação Terra Prometida, devido comércio ilegal de terras. Embora o despacho do juiz federal de Diamantino, Fábio Henrique Moraes de Fiorenza, ressalte a influência de ambos e do outro irmão deles, o ministro da Agricultura, Neri Geller, o magistrado deixa claro que apenas Odair e Milton teriam envolvimento no esquema.

Segundo as investigações, há indícios de que eles teriam indicado parentes e laranjas para receberem lotes. Há, inclusive, documentos do Incra que comprovariam o fato das áreas terem sido repassadas para a tutela deles. "O executor do Incra de Diamantino, Antônio Alves Nogueira, prestou depoimento no qual disse acreditar que o grupo Geller teria mais de 15 lotes no assentamento, alguns em nome de laranjas e outros em nomes de parentes", ressalta despacho do magistrado. Dos 15, apenas Antônio Geller explora o lote 93 – veja em trecho da ação.

Além de Antônio, o servidor do Incra Auro Custódio da Silva informou, em vistoria no PA Itanhanguá (fevereiro a agosto de 2012), ter constatado que Clarisse Geller nunca residiu na cidade. “Assim, não obstante as negativas, há indícios de que a família Geller possuiria diversos lotes no interior do PA Itanhangá. estando alguns em nome de parentes e outros até mesmo em nome de uma empregada doméstica do núcleo familiar”.

Em depoimento, Milton, secretário-adjunto de Agricultura de Mato Grosso, negou qualquer participação no esquema criminoso. Ele garante que foi prefeito de Tapurah e nunca comprou lotes nem indicou parentes para receber áreas do PA Borges e PA Itanhangá. Negou ainda ter conhecimento de que a irmã Clarisse e sua sobrinha Liara Regina tinham lotes no referido local.

Odalir Geller, por sua vez, reconheceu que Clarisse, Liara e Thiago Batisti têm lotes no local, mas não confirmou se Antonio Geler também seria proprietário de uma área. Ele reconheceu que Mareli e Carlos Conrad, que ganharam o lote 95, são sua irmã e cunhado, respectivamente. Tanto Odair quanto Milton tiveram decretada a prisão preventiva, mas ainda não foram detidos. Conforme o delegado responsável pelas investigações, Hércules Ferreira Sodré, a defesa deles alega que ambos vão se apresentar à PF. O prazo máximo para que se entreguem é até a zero hora de hoje, caso contrário serão declarados como foragidos.

Ao solicitar as prisões, o MPF justificou que há o risco concreto de que eles “continuem a delinquir - haja vista que as atividades econômicas se baseiam na exploração dos lotes que ocupam criminosamente; bem como para a conveniência tia instrução criminal, evitando-se que eles, de sua influência política e econômica - particularmente no Incra – para prejudicar a instrução criminal destruindo ou extinguindo provas ou testemunhas”.

Esquema

A organização criminosa é acusada de causar um prejuízo de R$ 1 bilhão. A investigação começou em 2010, após divulgação de reportagens. Conforme denúncia anônima, a quadrilha criminosa que se apropriava de terras da União é integrada por autoridades, fazendeiros, empresários, políticos, servidores e pistoleiros. "Eles se valeriam de ameaças e violência para alcançar os seus objetivos".





Fonte: RD News

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