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Nacional
Quarta - 01 de Abril de 2015 às 10:11

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A presidente Dilma Rousseff afirmou em entrevista concedida à Bloomberg nesta terça-feira (31) e publicada em inglês nesta quarta (1º) no site da agência de notícias que "estão tentando criar intriga em torno do ministro [Joaquim Levy, da Fazenda]". Ela fez o comentário ao abordar a repercussão de uma fala de Levy na última semana a alunos da Universidade de Chicago. Na ocasião, ele disse que a presidente tem "desejo genuíno de acertar" e nem sempre faz as coisas da "maneira mais fácil" e "efetiva".

Uma gravação com a fala de Levy foi divulgada pelo jornal "Folha de S.Paulo" no fim da última semana. O ministro emitiu uma nota sobre o caso, na qual dizia que "aqueles que têm a honra de encontrarem-se ministros sabem que a orientação da política do governo é genuína, reconhecem que o cumprimento de seus deveres exige ações difíceis, inclusive da Exma. Sra. Presidente, Dilma Rousseff, e eles têm a humildade de reconhecer que nem todas as medidas tomadas têm a efetividade esperada".

Na segunda (30), Dilma já havia comentado a fala de Levy para jornalistas no Pará e afirmou que o ministro havia sido "mal interpretado".

Na entrevista a Bloomberg, ela voltou a minimizar a repercussão da frase de Levy.

"Obviamente, estão tentando criar intriga em torno do ministro", disse a presidente. "Você não pode sempre implementar medidas da forma mais direta", completou.

A presidente disse ainda que "Levy é muito importante para o Brasil hoje". "Ele se mantém firme", afirmou Dilma. Ela concluiu o assunto dizendo que a repercussão em torno da fala de Levy é "tempestade em uma xícara de chá".

A Bloomberg cita que em fevereiro o ministro havia afirmado que as medidas de desoneração adotadas pela presidente no primeiro mandato foram "brincadeira" que se mostraram "extremamente caras".

A agência afirma no texto que Levy tem feito pessoalmente negociações políticas com parlamentares no Congresso, inclusive com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). A Bloomberg diz que essas negociações se dão em torno de projetos que o governo quer ver aprovados para levar adiante o ajuste fiscal, como medidas mais rígidas para o acesso a benefícios trabalhistas e de previdência social.

A Bloomberg cita ainda que Cunha e Calheiros têm se colocado contra algumas propostas do Executivo e estão "pressionando" pelo projeto que recalcula a dívida dos estados e municípios com a União, o que diminuiria o valor a ser pago para o governo federal.

Ajuste fiscal
Em outrotrecho da entrevista, publicado nesta terça, Dilma disse que fará "de tudo” para cumprir as metas fiscais deste ano.

“Nós faremos um grande corte [no orçamento deste ano]. Farei de tudo para cumprir a meta”, afirmou a presidente à Bloomberg.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, fixou uma meta de superávit primário para o setor público (governo, estados, municípios e empresas estatais) de 1,2% do PIB para 2015 e de pelo menos 2% do PIB para 2016 e 2017.

Para 2015, o esforço de 1,2% do PIB equivale a uma economia de R$ 66,3 bilhões para o setor público. Desse montante, R$ 55,3 bilhões correspondem à meta para o governo e R$ 11 bilhões são uma estimativa para estados e municípios. Deste modo, o esforço fiscal de R$ 3,09 bilhões do primeiro bimestre representa cerca de 5,6% da meta do governo de todo este ano.

Petrobras
A Bloomberg também abordou com a presidente os escândalos de corrupção na Petrobras. Dilma, que presidiu o Conselho de Administração da estatal no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Siva, disse que ninguém na diretoria "viu um sinal" de corrupção.

O texto também comenta o rebaixamento da nota de crédito da Petrobras pela agência de risco Moody´s. Dilma afirmou que quer assegurar que a Petrobras vai voltar para o mercado".





Fonte: Do G1

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