Técnicos vão contribuir para CPI do VLT ‘desvendar’ mistérios de obras da Copa em Cuiabá, como custo e qualidade

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Independente da avaliação técnica nas auditorias do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE) e Controladoria Geral (CGE), existente consenso na CPI do VLT da Assembleia Legislativa decidiu contratar especialistas para buscar respostas às principais dúvidas levantadas pelos deputados. A Comissão Parlamentar contará com 23 profissionais de reconhecida capacidade técnica e uma empresa especializada na área de auditoria contábil, para auxiliar os trabalhos.

“Dissecar dados contábeis e administrativos-financeiros exige conhecimento técnico especializado. E buscamos profissionais que possam auxiliar a CPI”, argumentou o deputado Oscar Bezerra (PSB), presidente da CPI do VLT, para a reportagem do Olhar Direto. Ele observou que dúvidas sobre o custo e qualidade das obras só vão ser esclarecidas com investigação técnica.

“Ninguém vai fazer nada no ‘chute’. Contamos com assessoria técnica especializada justamente para embasar possíveis decisões políticas”, emendou Bezerra.

A Comissão Parlamentar de Inquérito das obras da Copa do Mundo instalou três sub-relatorias, para dividir os trabalhos em duas fases. Os sub-relatores são os deputados Silvano Amaral (PMDB), também é vice-presidente, responsável pela análise dos 56 contratos; Dilmar Dal Bosco (DEM), com a parte da fiscalização e execução das obras; e Wagner Ramos (PR), concentrado em análise dos projetos.

Sobre os requerimentos aprovados pra depoimentos, Bezerra concorda que ser indispensável a convocação do ex-governador Silval Barbosa (PMDB). Também vão ser convocados os ex-secretários Maurício Guimarães e Éder Moraes Dias, da Secretaria Extraordinária da Copa do Pantanal Fifa 2014 (Secopa), além de várias outras pessoas.

Oscar Bezerra revelou que a CPI já aprovou 21 requerimentos, sendo nove para ouvir testemunhas e, ainda, 11 de solicitação de informações sobre obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e outras obras da Copa do Mundo na Grande Cuiabá.

Wagner Ramos explicou que, nesta primeira fase, a CPI vai ouvir os responsáveis pelas investigações das obras da Copa do Pantanal, como membros do Ministério Público Estadual (MPE), Tribunal de Contas do Estado (TCE), Auditoria-Geral do Estado (AGE), Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e outros que possam contribuir com informações de projetos e contratos.

Por outro lado, na segunda fase, que tende a demorar pelo menos dois meses para ser iniciada, vai convocar os responsáveis pelas obras. Na cabeceira da lista de depoentes figuram Silval Barbosa, Maurício Guimarães e Eder Moraes. Também compõem a relação alguns empreiteiros e engenheiros que atuaram nas obras de mobilidade urbana da Copa.

Wagner Ramos disse que as reuniões ocorrerão sempre às terças e quartas-feiras. A assessoria jurídica explicou que os requerimentos encaminhados nesta semana devem ser respondidos em 72 horas, conforme determina o Regimento Interno da CPI.

Assessor técnico da Comissão, o advogado José Carlos Pereira, esclareceu que a comissão irá atuar de forma determinada para levar as investigações adiante e aposta ainda que poderá realizar uma apuração melhor que a dos órgãos de controle, por ter poder de polícia e autoridade para realizar busca e apreensão.