Água mineral é 15 vezes mais cara na Suíça que na Índia; veja os preços Diferença de valor entre países chega a 1500%, mostra levantamento. Bebida no Brasil é mais barata que nos EUA, Argentina e Alemanha.
O preço da água mineral varia em torno de 1500% dentro de uma amostra de 20 países desenvolvidos e emergentes, mostram dados do Numbeo, banco que reúne informações globais sobre o custo de vida em diversas regiões do mundo. Os dados foram apurados pelo G1 no último dia 9 de abril.
Na Índia, uma garrafa de 330 ml de água mineral tem custo médio para o consumidor de US$ 0,21, enquanto que na rica Suíça, o preço é 15 vezes maior. A mesma quantidade de água engarrafada custa, em média, US$ 3,40.
No Brasil, o preço médio da água mineral sai por US$ 0,75 (cerca de R$ 2,30), segundo o Numbeo – mais caro que em países emergentes como China, Peru, Cuba, México e Rússia. No entanto, a bebida no Brasil é mais barata que nos Estados Unidos, França, Canadá, Alemanha e a vizinha Argentina
Água mineral (Foto: Reuters)
Para o professor de hidrologia da Universidade de São Paulo (USP), Ivanildo Hespanhol, o motivo dessa grande diferença de preços entre alguns países ricos e em desenvolvimento deve-se, principalmente, ao custo de produção em cada país.
“Mesmo a água potável em sistemas públicos de abastecimento de água apresenta grandes variações devido às condições locais,como níveis de tratamento necessários, distância de mananciais, custos de mão de obra, impostos e lucros das companhias de saneamento, geralmente, bastante altos”, avalia.
Para o professor, a mesma lógica de custo e precificação serve para a água engarrafa. “Esses custos dependem de fatores semelhantes, como a distância das fontes, processamento, engarrafamento e distribuição”, explica.
O sociólogo e especialista em governança ambiental e recursos hídricos, Pedro Jacobi, concorda que o que determina essa diferença de preços entre os países é o custo de produção industrial, “incluindo extração e processo de engarrafamento”.
Água e inflação
Em 2014, a água engarrafada vendida no varejo paulistano ficou 14,6% mais cara, e acumulou alta de 2,88% no primeiro bimestre de 2015, segundo o indicador de preços IPC-Fipe. A água mineral em São Paulo subiu mais que o IPCA no ano passado, que acumulou alta de 6,41%.
A falta de chuvas no país não só deixou a água contribuiu para o aumento da inflação, como também ajudou a deixar mais cara a conta de luz. Sozinha, a crise da água encareceu a energia elétrica nas residências em torno de 8% entre janeiro e fevereiro, conforme o G1 noticiou em março.
Os custos da seca na energia elétrica também aparecem no cálculo da inflação em 2015. Até março, a falta de chuvas já elevou o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 0,25 ponto percentual desde o começo do ano.
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