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Internacional
Terça - 05 de Maio de 2015 às 08:16

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Pelo menos 214 mulheres e meninas resgatadas do Boko Haram nesta semana estão grávidas, contou o direitor executivo do Fundo para Populações da ONU, Babatunde Osotimehin. Na última semana, forças nigerianas conseguiram libertar mais de 700 pessoas em uma ofensiva contra o grupo radical islâmico.


Enquanto Osotimehin informou que elas precisam de ajuda médica e psicológica urgente, relatos dimensionaram um pouco do terror vivido. Ex-reféns afirmaram que algumas de suas companheiras foram estupradas e apedrejadas até a morte por extremistas enquanto o Exército da Nigéria se aproximava para tentar resgatá-las.

— Me converteram em objeto sexual. Faziam turnos para se deitar comigo. Estou gravada e não sei quem é o pai — contou Asabe Aliyu, de 23 anos.

Outras sobreviventes disseram que os militantes islâmicos nunca as deixavam longe de suas vistas, nem mesmo para irem ao banheiro.

— Eles não nos permitiam mover nem centímetros — contou uma das mulheres, Asabe Umaru, à agência de notícias Reuters. — Tínhamos que ficar em um só lugar. Comíamos farinha de milho. Cada dia alguma morria, e só esperávamos que chegasse nossa vez.

Sem precisar o número de óbitos, as mulheres contaram ainda que alguns reféns morreram acidentalmente pelos militares durante a operação. De acordo com a sobrevivente Asama Umoru, os soldados não teriam percebido “a tempo que não éramos os inimigos” e algumas mulheres e crianças foram “atropeladas por seus caminhões”.

MORTES EM FRENTE À FAMÍLIA

Segundo as ex-prisioneiras, antes de capturarem mulheres e crianças, os militantes mataram homens e meninos mais velhos na frente de suas famílias. Algumas foram obrigadas a se casar com extremistas. Lami Musa, de 27 anos, porém, conseguiu escapar de uma união forçada após os extremistas descobrirem que ela estava grávida.

— Quando eles perceberam que eu estava grávida, disseram que eu estava impregnada por um infiel (seu marido) e o mataram — contou.

As mulheres tinham direito a apenas uma refeição por dia e esperavam o dia em que poderiam ser a próxima vítima.





Fonte: O Globo

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