Xuxa conta a "loucura" que fez para alegrar a mãe doente Mesmo sendo arriscado, a apresentadora resolveu presentear a mãe com uma viagem inesquecível

Nesta Páscoa, fiz uma “loucurinha”: coloquei a minha Aldinha no carro – com duas enfermeiras e todo o equipamento necessário para que nada de ruim acontecesse – e a levei para viajar. Segundo os médicos, o trajeto deveria ser curto, sem muito tempo dentro do automóvel nem movimentos bruscos. Claro, deu medo. Mas arrisquei e foi incrível! Viajamos do Rio de Janeiro (RJ) para Coroa Grande (RJ). São cerca de 84km. Ela ficou deitada o tempo todo. Paramos para dar remédios e fazer a dieta por sonda gástrica. 

Quando chegamos, mostrei a casinha em que vivemos lindos momentos nas férias do passado. Pude notar a satisfação em seu rosto, a alegria, o brilho, e a VIDA que eu já não via há anos. Depois, pegamos 73km de estrada para Angra dos Reis (RJ). Essa viagem durou duas horas, pois fizemos paradas. Ao chegar, ela viu a lua cheia no pier e distribuiu ovos de Páscoa aos netos na beira da cama, sorrindo para cada um. Aldinha estava mais do que feliz! No outro dia, a levamos para o mar. Tensão absoluta – dela e de nós, filhos. Mas assim que entrou, não quis mais sair da água. Ela olhava para as nuvens e para o mar como se nunca os tivesse visto.

Me perdoem, médicos e pessoas que querem o melhor para ela, mas resolvi arriscar para a minha mãe viver esse momento inesquecível. Afinal, seu coração está cansado da cama, fisioterapia, remédios e restrições. Aldinha tem uma vida fisicamente limitada pela doença (Parkinson), mas sua cabeça está perfeita. Resolvi escrever sobre a viagem, apesar de expor a pessoa que amo, para você, que tem alguém nesta situação, também dar a ela momentos especiais... Como rever uma casinha azul que, hoje, é amarela; deixar o vento bater em seu rosto; olhar as árvores e o céu como se fosse a primeira vez.

Será que precisamos perder tudo para valorizar um simples movimento das nuvens? Minha mãe voltou ao seu quartinho com um sorriso e boas recordações. Ela está mais VIVA do que nunca! E eu me pergunto: por que não fizemos isso antes? Por que não fazer mais vezes? Ela cuidou tão bem dos filhos ... Será que estamos cuidando bem dela? Será que ela não faria muito mais por nós?