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Nacional
Quinta - 02 de Julho de 2015 às 01:27

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‘Só foi condenado porque é preto, pobre e favelado’, diz mãe de menor acusado de morte na Lagoa

Menos de 24 horas depois de saber que o filho mais novo, de 16 anos, poderá ficar até três anos internado pela morte do médico Jaime Gold, a catadora de latinhas, de 55, diz ainda estar "chocada" com a sentença. X., o primeiro adolescente apreendido acusado de participação no crime, foi condenado pela juíza Michelle de Gouvea Pestana Sampaio, da Vara da Infância e da Juventude, na última segunda-feira. Em entrevista ao EXTRA, a mãe do jovem critica o desfecho do caso.

- No dia da morte do médico, meu filho estava em casa. Cheguei a dar R$ 2 para ele ir brincar no videogame. Jogaram nas costas dele um crime bárbaro porque precisavam dar uma resposta para a sociedade - revolta-se.

Para a catadora, o filho foi "vítima de uma injustiça muito grande":

- Ele só foi (condenado) porque é preto, pobre e favelado. Ainda estou chocada, não esperava isso. Moro na comunidade há mais de 20 anos e já vi isso acontecer com outras mães. Mas vou continuar lutando, não vou desistir dele nunca.

Advogado de X., Djefferson Amadeus informou que irá recorrer da condenação do adolescente, pedir a sua absolvição e também a anulação de todo o processo. Segundo ele, há “diversos elementos nos autos do processo que comprovam a inocência” do jovem.

— A testemunha (que reconheceu X.) disse que viu o que aconteceu porque não passavam carros no momento para atrapalhar a visão. Mas, as câmeras mostram que havia veículos passando naquela hora. Vamos recorrer porque acreditamos que o Tribunal de Justiça vai corrigir uma das maiores injustiças já feitas — explicou o advogado, que ainda não teve acesso a sentença.

Z., o terceiro menor apreendido pelo latrocínio (roubo seguido de morte), também foi condenado a mesma medida socioeducativa. O defensor público Fábio Schwartz, que assiste o rapaz, também irá recorrer da decisão da magistrada:

— Há muitas dúvidas que devem pender a favor do adolescente. A confissão não se harmoniza com as provas dos autos. Testemunhas no local teriam indicado que o roubo teria sido praticado por um negro e um branco. Logo, se a testmunha que compareceu na delegacia reconheceu um negro, os outros dois deveriam ser inocentados. Além disso, o segundo menor apreendido disse que confessara participação sob ameaça do tráfico, então ela não foi espontânea. E também os delegados disseram ter convicção da participação do primeiro e do segundo apreendidos.

Y., o segundo adolescente apreendido por agentes da Divisão de Homicídios (DH) foi absolvido.




Fonte: Extra

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