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Sexta - 09 de Outubro de 2015 às 08:08

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A cratera Gale de Marte, região investigada pelo jipe-robô Curiosity, já abrigou rios, deltas e lagos intermitentes por até 10 milhões de anos, indica um novo estudo da Nasa. Imagens de satélite da superfície do planeta já sugeriam a existência passada de grandes massas de água líquida no planeta e, agora, finalmente, uma missão de solo confirma que a superfície marciana era muito mais parecida com a Terra do que é hoje.


A descoberta foi feita a partir da análise de rochas sedimentares pelas câmeras e instrumentos científicos do Curiosity. Ao avaliar a geometria, textura e composição das rochas no local cientistas concluíram que a maneira com que a paisagem em Gale se formou só pode ser explicada pela presença de água líquida em grandes quantidades.

Os resultados da análise foram publicados nesta quinta-feira (8) em estudo na revista “Science”, liderado por John Grotzinger, cientista da Nasa e do Instituto de Tecnologia da Califórnia. Os lagos teriam começado a se formar cerca de 3,5 bilhões de anos atrás.

A atmosfera rarefeita de Marte, porém, favorece muito a evaporação, e cientistas acreditam que as massas d’água que existiram ali eram intermitentes, e com frequência se esgotavam. Os dados sugerem que os lagos duravam de 100 a 10 mil anos, e desapareciam para depois voltar.

Ainda assim, no segmento de 9 km analisado pelo jipe-robô, cientistas estimam que um lago chegou a ter no mínimo 75 metros de profundidade, considerado o atual fundo da cratera.

Lama e vida
A paisagem descrita pelos cientistas, que descreve um ambiente úmido e lamacento, se assemelha a um ambiente terráqueo.

“A erosão na parede e borda norte da cratera Gale gerou cascalho transportado para o sul em córregos rasos”, explica Grotzinger. “Esses depósitos avançavam em direção ao interior da cratera, rio abaixo, se transformando em depósitos mais finos (textura de areia). E deltas ali marcavam o limite de um lago antigo onde sedimentos ainda mais finos (textura de lama) se acumulavam, preenchendo a cratera e o leito do lago.”

O novo estudo -- assim como a descoberta de que Marte possui pequenos veios de água corrente ainda hoje – deixou entusiasmados cientistas que avaliam a capacidade de o planeta ter abrigado vida.

“A geologia de Marte ainda guarda a possibilidade incrível de que a vida exista ou tenha sido preservada, pela água ser tão abundante em Marte”, afirma Marjorie Chan, geóloga da Universidade de Utah que escreveu artigo comentando a descoberta. Na Terra, é provável que toda e qualquer água próxima a superfície tenha sido ‘contaminada’ com alguma forma de vida microbiana nos últimos cerca de 3,5 bilhões de anos. Teria Marte águas puras e sem vida?”





Fonte: G1

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