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Terça - 20 de Fevereiro de 2018 às 22:02
Por: G1

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O esquema para desvio de dinheiro do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran-MT), chefiado por deputados estaduais, criou uma rede de proteção para manter os contratos usados nas fraudes. A informação é do Ministério Público Estadual (MP-MT) e consta no inquérito policial que investiga o esquema.

Os desvios são investigados na Operação Bereré, deflagrada nesta segunda-feira (19). Entre os outros investigados estão o presidente da Assembleia Legislativa (ALMT), Eduardo Botelho (PSB), o deputado Mauro Savi (PSB), o ex-deputado federal Pedro Henry, o ex-secretário estadual Éder Moraes e o ex-presidente do Detran-MT, Teodoro Lopes, o Dóia.

Os parlamentares afirmaram que ainda devem se pronunciar sobre o caso. De acordo com o MP, o esquema começou a vigorar em 2009, quando o ex-presidente Dóia assumiu o cargo.

Ele fez acordo de delação premiada com o MP. Segundo ele, o esquema começou na gestão do ex-governador Silval Barbosa (MDB), com a indicação dele ao cargo. A sugestão teria sido feita pelo deputado Mauro Savi, também investigado por suspeita de participação no esquema. Dóia afirmou que, depois de assumir o cargo, participou de uma reunião com Savi e outros investigados.

Na ocasião, o esquema para fraudar o sistema de financiamentos de veículos foi prosposto a ele. De acordo com o depoimento dele, os investigados, entre eles Savi e Botelho, se organizaram, "a fim de garantir a continuidade do contrato, formando uma rede proteção em troca do recebimento de vantagens pecuniárias".

Ao todo, 30% do valor recebido pelas empresa vencedora do contrato era repassado ao integrantes da quadrilha.

Os deputados estaduais Mauro Savi e Eduardo Botelho ocupavam papel de destaque no esquema e integravam o núcleo de liderança. Segundo o MP, eles detinham o poder de escolher e fazer valer as vontades deles. "Para o desempenho destas funções, os integrantes deste núcleo se valem do poder puramente político e/ou poder político-funcional”, diz trecho do inquérito policial.

O esquema, de acordo com o MP, é formando ainda por dois núcleos: o de operação e o de subalternos. A Operação Bereré cumpre mandados em Cuiabá, Sorriso, a 420 km de Cuiabá, e Brasília, pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) e pela Polícia Civil, contra desvio de verba do Detran.

Foram cumpridos mandados na casa do presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Eduardo Botelho (PSB), na casa e no gabinete do deputado Mauro Savi (PSB), na casa do ex-deputado federal Pedro Henry e nas casas de servidores públicos e empresários. O esquema é investigado pela Delegacia Especializada em Crimes Contra a Administração Pública e Ordem Tributária (Defaz) em conjunto com o Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco).





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