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Ciência/Pesquisa
Sexta - 28 de Julho de 2023 às 10:22
Por: Dantielle Venturini/Gazeta Digital

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Ser voluntária nesta causa é pensar em um bem comum, um serviço prestado que beneficia a humanidade na luta contra essa doença”. É assim que Selma Auxiliadora de Oliveira Marques, 60, define a decisão em ser voluntária em um estudo clínico, de um medicamento experimental, destinado ao tratamento de pacientes com covid-19, em Cuiabá.

A Capital é uma das 17 cidades brasileiras a participar do estudo internacional, que está na fase 3 e recrutando pacientes não hospitalizados e sintomáticos infectados pelo SARS-CoV-2. A pesquisa também investiga o potencial do remédio para reduzir o risco da covid longa. Selma, que foi diagnosticada com a doença, estava há cerca de 3 dias passando mal com sintomas como tosse, mal estar e falta de ar.

Essa já é segunda vez em que é contaminada pelo coronavírus e ao saber sobre o estudo, que busca por voluntários, ela não pensou duas vezes para procurar a clínica onde o estudo é desenvolvido, após confirmar por exames a contaminação.

“Testei positivo, estava com sintomas e como tenho arritmia, e isso me preocupa, penso que se a gente pode contribuir para o quanto antes termos um medicamento eficaz, a gente tem que fazer”. Assim como Selma, outras 20 pessoas da capital já se voluntariaram para o estudo clínico da Scorpio-HR, no desenvolvimento do medicamento denominado Ensitrelvir.

Segundo o médico infectologista, professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e pesquisador principal da Clínica Comvida, Cor Jesus Fernandes Fontes, o estudo é importante para testar o medicamento que já é usado no Japão, tendo em vista que mesmo com a ajuda da vacina na diminuição dos casos graves, o vírus continua circulando e sofrendo mutações.

“Esse vírus, embora esteja atualmente com comportamento clínico mais benigno, algumas pessoas ainda ficam graves, principalmente as com comorbidades. Portanto, ter esse medicamento específico, que não deixa o vírus desenvolver no nosso corpo, é o objetivo de muitos laboratórios, não apenas deste”.

Objetivo é evitar multiplicação

De acordo com Cor Jesus, os estudos clínicos são uma oportunidade para que as pessoas auxiliem os pesquisadores a promoverem avanços na ciência e nas práticas clínicas, com o objetivo de obter remédios mais eficazes no futuro. Destaca que novos medicamentos são necessários para oferecer opções de tratamento para pessoas que testarem positivo.

O objetivo deste medicamento, em fase de estudo, é somar na luta contra a covid-19, eliminar o vírus nos primeiros dias, evitando que ele se multiplique no organismo e a pessoa desenvolva alguma forma grave.

“Estudos clínicos são essenciais para identificar abordagens adicionais para proteger contra graves ameaças à saúde. Durante a fase de emergência da pandemia, a participação de milhares de pessoas em estudos clínicos foi essencial para o desenvolvimento seguro e eficiente de vacinas, em estudos que obedeceram estritamente a protocolos internacionais de ética em pesquisa”





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