Vacinação de idosos é um alerta mundial para o futuro; entenda Até 2030, uma a cada seis pessoas no continente americano e no Brasil terá mais de 60 anos e devem se prevenir contra doenças através da vacinação

Além dos hábitos positivos, um dos pontos principais para garantir uma velhice saudável e autônoma aos idosos é a vacinação, já que ela pode evitar infecções no organismo que possam gerar problemas crônicos.

Até 2030, uma a cada seis pessoas no continente americano e no Brasil terá mais de 60 anos, o que levanta uma preocupação sobre a vacinação de idosos no futuro, segundo a Opas (Assessora de imunizações da Organização Pan-Americana de Saúde).

Vacinação pode garantir uma velhice saudável e autônoma aos idosos. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Vacinação de idosos

A vacinação da população idosa está entre as preocupações das organizações de saúde. O objetivo, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde, o objetivo é criar uma década de envelhecimento saudável entre 2021 e 2030.

De acordo com a Opas, o alerta sobre vacinação de idosos vem do fato de que a população do continente americano e do Brasil estão envelhecendo mais rápido que a média mundial.

O PNI (Programa Nacional de Imunizações) – que completou 50 anos neste mês – possui um calendário específico para os idosos, com vacinas contra hepatite B e difteria e tétano.

Essas doses são recomendadas desde a infância e podem ser tomadas também em faixas etárias superiores. Idosos acamados ou em abrigos também devem receber a vacina pneumocócica 23-valente.

A vacinação da população idosa está entre as preocupações das organizações de saúde até 2030. (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

Além disso, campanhas anuais contra a influenza e covid-19 são consideradas prioritárias para essa população.

Individualmente, o idoso pode ter recomendações extras de vacinação, a partir de casos específicos de saúde, como doenças crônicas frequentes ou diabetes. Nesses casos, a orientação é que a pessoa procure um médico para ser encaminhado para os CRIE (Centros de Referência em Imunobiológicos Especiais).

Ainda conforme a Opas, outra preocupação é com os calendários de vacinação, que são pequenos perto do desafio de uma cobertura vacinal que seja útil para os idosos.

Infecções respiratórias

Segundo Maisa Kairalla, professora da Universidade Federal de São Paulo, infecções respiratórias como a influenza, o vírus sincicial respiratório e a covid-19 estão entre as maiores ameaças que podem ser prevenidas por vacinas.

Quando um idoso é afetado por uma doença e precisa ser internado, o quadro de saúde dele dificilmente voltará a ser o mesmo, causando perda na qualidade de vida daí em diante, como explica Maisa. Por isso, a importância da prevenção através da imunização.

Influenza, o vírus sincicial respiratório e a covid-19 são ameaças que podem ser prevenidas com a vacinação. (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

A população idosa ainda representa 70% das vítimas do vírus da Influenza, mesmo existindo vacina no Brasil contra ele desde a década de 1990.

Além de internação e morte, a doença ainda pode gerar problemas crônicos como cardiopatias e diabetes e causar acidentes vasculares.

É então que surge um outro problema: o risco de morte por gripe chega a ser 20 vezes maior entre pessoas que acumulam cardiopatias e doenças pulmonares, condições frequentes entre idosos que foram ou são fumantes.

Herpes Zoster

Outra doença que pode comprometer a qualidade de vida da população idosa é o herpes zoster, manifestação do mesmo vírus da catapora – o Varicela – que fica alojado no corpo ao longo da vida e volta a causar sintomas após a velhice.

Entre os idosos, a doença afeta 50% dos que chegam aos 85 anos, segundo o CDC (Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos).

No Brasil, a vacinação contra herpes zoster só é disponibilizada em clínicas privadas e a recomendação da Sociedade Brasileira de Imunizações é que pessoas com mais de 50 anos ou imunocomprometidos, com pelo menos 18 anos, se vacinem.

Além de dores severas, a doença pode causar cegueira, paralisia facial e dores crônicas, que podem durar anos. Quanto mais idoso for o paciente acometido, maior é a chance de esse quadro crônico permanecer.