"Galvan fez lambança com Fethab e agora lutamos para arrumar" Assembleia Legislativa tenta consenso entre entidades para regulamentar parte do fundo
O presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (União), acusou o ex-presidente da Aprosoja de Mato Grosso, Antônio Galvan, de fazer “lambança” com o dinheiro destinado às entidades do agronegócio por meio do Fethab (Fundo Estadual de Transporte e Habitação).
Teve um presidente da Aprosoja que fez lambança e isso criou uma complicação para todo mundo
No Legislativo, tramita um projeto de lei que regulamenta a destinação de parte do fundo. De autoria do Governo do Estado, o texto visa corrigir inconstitucionalidades julgadas pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso no ano passado quanto ao repasse do Fethab às entidades.
Ocorre que o Legislativo tem encontrado dificuldade em entrar em um consenso com as entidades do agro beneficiadas pelo recurso (entenda melhor abaixo). Segundo Botelho, Galvan é o centro da celeuma criada quanto aos questionamentos sobre o dinheiro.
“Teve um presidente da Aprosoja que fez lambança e isso criou uma complicação para todo mundo. Esse senhor que passou na presidência da Aprosoja, e é bom que todos saibam, ele que criou a complicação. Ele usou dinheiro da Aprosoja para desviar finalidade”, disse.
“O Galvan é responsável por toda essa complicação. O senhor Galvan foi que usou politicamente a Aprosoja, usou [o recurso] para [financiar] atos aintidemocráticos, foi o homem da confusão”, emendou.
Gabriela Jhonson/ Só noticias
O ex-presidente da Aprosoja, Antônio Galvan (de azul), que protestou em frente à PF de Sinop em 2021, quando foi alvo de busca e apreensão
Em 2021, a sede da Aprosoja Mato Grosso e a casa de Galvan, à época presidente da Aprosoja Brasil, foram alvos de busca e apreensão pela Polícia Federal, obedecendo uma ordem do Supremo Tribunal Federal.
A desconfiança era de que recursos do Fethab e do Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) estivessem sendo usados para financiar “atos criminosos e violentos de protesto às vésperas do feriado de 7 de setembro de 2021, durante uma suposta manifestação e greve de ‘caminhoneiros'".
“Puxa e estica”
O projeto que tramita no Legislativo de Mato Grosso já foi aprovado em primeira votação e agora passa por modificações nas comissões, onde são apresentados substitutivos. O presidente da Assembleia afirmou que os parlamentares buscam um consenso entre as entidades.
É que o Sistema Famato - que não integra o grupo atualmente - também quer uma fatia do recurso; já a Ampa (Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão) quer a extinção do benefício.
“E agora, estamos lutando para arrumar essa confusão que esse cidadão [Galvan] criou. [...] Vou tentar mais uma vez o consenso, mas esse está complicado”, disse Botelho.
“Está um 'puxa e estica'. A Ampa, por exemplo, quer sair. [...] Eles acham que não precisa mais, querem que acabe. Nós estamos defendendo que não acabe”, completou.
Uma das emendas estabelece que será o Executivo, por meio de decreto, que estabelecerá quais serão a entidades beneficiárias do recurso. O texto está na pauta dessa quarta-feira (10), mas ainda deve passar pela análise da Comissão de Constituição e Justiça e Redação (CCJR) e cabe pedido de vista.
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