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Opinião
Quinta - 19 de Fevereiro de 2015 às 10:42
Por: Alfredo da Mota Menezes

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Pedro Taques falou em auditorias sobre assuntos do governo passado. Surgiram vozes, principalmente de deputados, falando contra, que é olhar pelo retrovisor, que se tem que pensar para frente e não para trás.

Quem está num governo tem que pensar para frente, mas não pode deixar de saber os detalhes que o anterior fez ou deixou de fazer.

Tem assunto que passa de um governo para outro e, se tiver erros, quem assina depois pode se incriminar sem ter nada que ver com o erro.

Deveria ser normal saber o que outro deixou. Se foi tudo certo, por que temer?

Esse fato tem outro viés interessante. Quem sabe, a partir do que pretende fazer o governo, se crie uma regra de governo que entrar levantar o que o outro fez.

Poderia inibir ações não republicanas de governos com receio do que o próximo possa encontrar em sua vida administrativa.

Não se fala que parte do desgaste do Silval tem raiz no governo que o antecedeu?

Se verdade, ao não periciar, como quer fazer o Taques com o que o outro fez, acabou sofrendo consequências políticas.

Uma regra dessas é difícil pegar, é claro. É que governo eleito por governo não vai vasculhar a vida do companheiro.

Se o Lúdio Cabral tivesse sido eleito, mesmo que encontrasse algo não muito republicano, ficaria calado. Se abrisse o bico seria trairagem, pois fora eleito pelo grupo.

É por isso que é interessante a alternância no poder. O novo ou oposição pode pôr o dedo na ferida sem receio e, se fizer as auditorias, teria o apoio da maioria.

Essa de não olhar para trás, como pregam alguns, é como se dissesse, eu pratico atos ilícitos e você também, então não mexa comigo que no futuro meu grupo não mexerá com você.

Não é tempo de mudar isso?

Depois da eleição presidencial passada, parte da oposição alegou que houve erro na contagem de votos.

Falava-se que não era possível o Aécio Neves ter perdido no rico Triângulo Mineiro.

Hoje talvez esse pedido não tivesse sido feito. É que, mostrou a mídia, apareceu um trabalho conjunto de uma universidade da Austrália com a de Harvard sobre eleição em mais de uma centena de países no mundo.

A conclusão é que a eleição no Brasil está entre as mais seguras do mundo.

O país teve nota 74.1 entre 100 possíveis e ficou na 27º posição à frente até dos EUA que amargou o 42º lugar.

O Brasil não ficou melhor ainda porque a pesquisa incluiu, além de contagem de votos, legislação eleitoral, financiamento de campanha e outros itens.

Onde o Brasil perdeu mais pontos? Naquele conhecido: financiamento de campanha.

Talvez aí esteja o maior problema e não na contagem de votos. A conclusão vinda do exterior é que a urna eletrônica é segura.



Autor

Alfredo da Mota Menezes

ALFREDO DA MOTA MENEZES é historiador e articulista político

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