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Opinião
Quinta - 15 de Julho de 2021 às 08:13
Por: ALFREDO DA MOTA MENEZES

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Grupo empresarial vai explorar o pedágio da rodovia 163 entre Sinop e Miritituba. O prazo será de dez anos, com mais dois anos extras. Tudo dentro de um imaginado cronograma de que até essa data sairia a ferrovia Ferrogrão. Ela diminuiria o transporte pela 163.

Hoje se transporta por essa rodovia cerca de 15 milhões de toneladas por ano. Deve ser acrescido perto de três milhões por ano até atingir uns 40 milhões de toneladas quando a Ferrogrão supostamente entrasse em funcionamento.

Seja pela rodovia 163 ou pala Ferrogrão volto a um sonho colocado neste mesmo espaço algum tempo atrás.

Esteve em Cuiabá, em anos passados, um embaixador da Argentina no Brasil. Falou que a hidrovia Paraguai-Paraná iria permitir que produtos da Argentina atingissem a região amazônica brasileira. Que os bens subiriam por ela e, através da 163,iriam para pontos diferentes da área amazônica.

A coluna colocou antes, e repete-se agora, com novos dados, que o inverso poderia ocorrer também.

Produtos da Zona Franca de Manaus poderiam ir até portos do Pará e pela rodovia 163, ou pela Ferrogrão no futuro, chegar aos portos, em construção, de Paratudal e Barranco Vermelho, na hidrovia Paraguai-Paraná. Dali, pela hidrovia, iria para os países do Mercosul, principalmente a Argentina.

Hoje os produtos de Manaus que vão para Argentina percorrem caminhos longos e mais caros. Com a BR-163, Ferrogrão e a hidrovia os custos cairiam, seria muito mais fácil vender no Mercosul. Além de aproveitar as vantagens próprias de uma integração econômica, onde as taxações são menores.

Não seria vender produtos pela hidrovia somente para os países do Mercosul. Ela, lá para baixo, está conectada a rodovias e até a ferrovia que vai para países dos Andes. Produtos da Zona Franca, usando a 163 e a hidrovia, com custos menores, poderiam atingir boa parte da América do Sul.

Mais exemplo do suposto comércio criado aqui? Trigo da Argentina, que hoje vai não sei onde e vem para cá, poderia subir o rio até os portos citados. Em algum lugar de Cáceres se teria moinhos, criando mais uma renda regional, para depois levar esse trigo para o Acre, Rondônia a outros lugares do Norte do país.

Mais um? Mato Grosso tem rebanho bovino de 31 milhões de cabeça de gado, o maior do país. Se o sal para o gado subisse pela hidrovia Paraguai-Paraná os custos seriam muito menores. E, se o sonho ainda permite, quem sabe usar a hidrovia e os enormes desertos de sal da Bolívia.

Com a rodovia 163, Ferrogrão no futuro, mais os dois portos novos na hidrovia, mais a integração econômica no Mercosul, mais a Zona Franca de Manaus, com produção industrial subsidiada, por que não sonhar com a possibilidade de um comércio mais robusto nessa área sul-americana?

Por que não entortar o eixo, supostamente eterno por São Paulo ou Paraná, para outro lugar do país? E Mato Grosso, com a 163, Ferrogrão, hidrovia e os novos portos, no centro dessas ações?

Alfredo da Mota Menezes é analista político.



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