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Opinião
Sexta - 05 de Agosto de 2022 às 16:07
Por: Flávio Fortunato

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A bexiga hiperativa (BH) é uma condição urológica que está ligada ao surgimento da necessidade súbita e urgente de urinar e também da vontade de urinar várias vezes ao dia e durante a noite. Em muitos casos, pode acontecer associada a outro problema, que é a incontinência urinária.

Estudos apontam que apenas ¼ das pessoas procuram um médico para tratar o problema e os principais motivos deste baixo índice são o tabu, vergonha, constrangimento, por considerarem um assunto íntimo e inclusive por crença errônea de achar que “é normal”.

Acontece que, caso não tratada adequadamente, a bexiga hiperativa pode provocar grande redução da qualidade de vida do paciente, principalmente naqueles que não conseguem ter uma contínua noite de sono. A BH pode levar a quadros de depressão, atrapalhar a vida sexual e até gerar problemas na vida profissional.

Sintomas

O sintoma mais típico da bexiga hiperativa é a urgência urinária, que é a vontade súbita e incontrolável de urinar. Quando o paciente apresenta urgência urinária, ele precisa ir ao banheiro rapidamente, pois não é capaz de segurar a urina por muito tempo. Por esse motivo, perdas eventuais de urina na roupa podem ocorrer em alguns pacientes, principalmente naqueles com mobilidade afetada.

A urgência urinária pode surgir mesmo quando a bexiga não está completamente cheia, pois ela é resultado de uma contração precoce e inapropriada do músculo detrusor.

Outro sintoma típico da bexiga hiperativa é o aumento da frequência urinária, com pequenos intervalos de tempo entre as micções, levando muitas vezes a necessidade de acordar a noite para urinar, o que chamamos de Noctúria.. E ao contrário da infecção urinária, a bexiga hiperativa não costuma causar dor durante a micção.

Diagnóstico

O diagnóstico da bexiga hiperativa é habitualmente clínico, feito através de uma cuidadosa avaliação do histórico do paciente e do exame físico. O estudo urodinâmico deve ser feito se o tratamento medicamentoso não apresentou resultado satisfatório e de acordo com o histórico do paciente, especialmente, se já fez cirurgia ou radioterapia pélvica.

Tratamento

O tratamento da bexiga hiperativa é dividido em 3 modalidades: a terapia comportamental (fisioterapia pélvica),a medicamentosa e, por último, a 3ª linha de tratamento, que são os tratamentos de exceção. A escolha do modo mais adequado para cada paciente depende da intensidade dos seus sintomas e do quanto o quadro interfere na sua qualidade de vida, com altas taxas de sucesso, chegando a 80% de melhora com as medidas iniciais.

A combinação entre medicamentos e terapia comportamental costuma ser eficaz na maioria dos casos, ficando a 3ª linha restrita aos poucos casos mais difíceis de serem controlados.

Não hesite em procurar tratamento caso apresente sintomas.

Flávio Fortunato é ginecologista e obstetra, especialista em uroginecologia.



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