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Opinião
Quinta - 01 de Setembro de 2022 às 10:36
Por: ALFREDO DA MOTA MENEZES

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Continua a preocupação do agronegócio em Mato Grosso com nova legislação que deve surgir na União Europeia sobre compra de produtos daqui. O Imac, Instituto Mato-grossense da Carne, está nessas conversas.

Também a Aprosoja, principalmente depois das decisões tomadas num encontro em Brasília agora em agosto. Vamos trazer os argumentos da Aprosoja em outro artigo.

Não esquecer que existe no momento a negociação para a integração do Mercosul com a União Europeia. As conversações, por sinal, estão interrompidas justamente por causa da questão ambiental, principalmente no Brasil.

Como mostrado antes, deve ser aprovada norma na União Europeia para não compra de bens produzidos em lugares com desmatamentos ilegais. Entre esses produtos estão carne e soja.

O Imac contratou escritório de advocacia da Alemanha para levantar dados sobre esse assunto. Com esse levantamento tiveram conversa com dirigentes dessa área de comércio da Dinamarca, Holanda, Portugal.

O Imac argumenta que, se a Europa deixar de comprar certos bens, o desmatamento poderia até aumentar por aqui. Mostra que o pequeno e médio produtor tem dificuldade de legalizar toda sua terra. Ele, se ficar sem comprador, para sobreviver, poderia desmatar mais áreas ainda.

Diz que isso poderia complicar ainda mais porque a União Europeia diz que não comprará carne de indústrias que comprassem carnes de lugares com desmatamentos.

Se o pequeno produtor ficasse de fora disso tudo, sem renda, poderia até aumentar o desmate. O meio ambiente seria afetado mais ainda, é o argumento levantado por gentes do Imac.

Arguem que tudo isso poderia atingir até o produtor que estivesse atuando conforme as normas de defesa de meio ambiente. É que as indústrias que sofressem punição, por trabalharem com carnes de lugares não com defesa adequada do meio ambiente, teriam problemas para comprar e trabalhar a carne desses fornecedores também. Afetaria a todos, portanto.

É a síntese de todo esse trabalho para convencer a União Europeia de seus argumentos. Não se sabe se aquela integração vai atender esse pedido do estado.

O Imac deveria também levantar qual é o percentual de gentes com esses problemas no estado. A grande maioria trabalha ou produz sem desmates ilegais.

Será que, ao invés da defesa desses poucos que erram e podem prejudicar a exportação de carne, não seria melhor ajudá-los a resolver seus problemas para que possam produzir da forma que a Europa está pedindo?

Chegar na Europa e dizer que gentes não conseguem regularizar suas terras e que por isso produz de forma inadequada pode até espantar os europeus. Se não der para trazê-los para dentro das regras do jogo, não seria melhor exclui-los? Por que uns poucos prejudicar a maioria?

Também não se pode continuar com o antigo argumento de que a Europa não tem alternativa a não ser comprar comida aqui, mesmo com esses problemas ambientais. Não parece o caminho correto para o futuro do agronegócio no estado.

Esse assunto meio ambiente e produção vão está cada dia mais na pauta mundial. A coisa vai esquentar ainda mais. O atual exemplo da União Europeia é uma amostra do que pode vir por aí.

Alfredo da Mota Menezes é analista político.



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