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Opinião
Quarta - 05 de Outubro de 2022 às 11:39
Por: Marcelo Augusto Portocarrero

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Conheço pessoas que identifico como redondas, mas não pela aparência e sim pelo comportamento. Sim, porque nunca mostram ter ao menos um lado, principalmente quando inquiridas e dizem não ter opinião formada sobre isso nem sobre aquilo, agem como a antítese do que diz Raul Seixas nos versos da música Metamorfose Ambulante e assumem não ter opinião formada sobre nada.

Se, como dizem os filósofos do dane-se o mundo que eu quero passar, o cantor se referia em sua letra à mesmice e a estagnação conservadora em interpretação típica dos seguidores da filosofia Paulofreiriana, certamente também nela se baseiam os “redondos”.

Estes sim, verdadeiros malabaristas ambulantes, aquelas pessoas que só depois dos acontecimentos findarem se manifestam e assumem um lado. É quando se deixam rolar conforme desce a ladeira.

São como bolas de gude, as bolitas que lançávamos na direção que queríamos em nossos jogos de crianças. Os que agem assim são perfeitas expressões do que definimos como aproveitadores, aqueles que são levados pelas ondas das marés da vida e dançam conforme a música.

Estão sempre de bem com os poderosos, pois é deles que tiram seu sustento. Por princípios, melhor dizendo, na falta deles, havendo lucro e por aí que vão.

Gravitam no entorno se seus mandantes enquanto deles pode tirar proveito, daí não se importarem em girar como peões nas mãos de quem tem a corda, tanto que nelas permanecem até caírem ou serem descartados.

Enquanto isso, vão acumulando “dinheiros” sem se importar com a origem nem com os malefícios que isso possa causar.

São os que agora e em outros momentos de decisão não se manifestam. É quando voltam a assumir aquele formato que não tem lado nem personalidade, razão pela qual não medem as consequências de seus atos, apenas torcem para que tudo de certo…para eles.

Uma das justificativas é que assim o fazem por não saberem considerar o futuro e, como todos os egocêntricos, nessas ocasiões olham apenas para os próprios umbigos. Outra delas, é a de que “o futuro a Deus pertence”.

Essa então, ao contrário do sentido divino da frase não passa de uma desculpa esfarrapada para justificar sua covardia intelectual e, por consequência, a própria falta de humanidade.

Que Deus, Aquele que arquiteta nossa existência, nos receba conforme forem os meus, os seus, os nossos atos.

Marcelo Augusto Portocarrero é engenheiro civil.



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