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Agronegócios
Terça - 25 de Janeiro de 2011 às 08:04
Por: Marcondes Maciel

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As chuvas contínuas que afetaram as lavouras na região Norte do Estado deixaram os produtores apreensivos
As chuvas contínuas que afetaram as lavouras na região Norte do Estado deixaram os produtores apreensivos

Ainda é cedo para falar em perdas, mas as sucessivas chuvas que caíram sobre o Estado nos últimos dias já atrapalham a colheita de soja em várias regiões e podem gerar prejuízos aos produtores. A situação é preocupante também em função das precárias condições das estradas vicinais, ligando as lavouras às BRs. De acordo com os produtores, os municípios mais prejudicados com o excesso de chuvas no período de colheita estão localizados no Norte. As áreas de influência da BR-163 – abrangendo os municípios de Diamantino, Lucas do Rio Verde, Ipiranga, Sinop, Sorriso, Nova Mutum e Tapurah, além de Sapezal e Campos de Júlio – são as mais afetadas pelas chuvas.

Fonte do Sindicato Rural de Sinop informou que atraso na colheita poderá comprometer o planejamento de safra para os agricultures que pretendem plantar o milho safrinha. “A gente planta o milho até o final de janeiro, normalmente, mas quem não colher a tempo não terá como plantar”.

As tradings já acionaram o botão de alerta. “Ainda não estamos recebendo soja ardida, mas se as chuvas continuarem, a situação pode ficar complicada, principalmente nas lavouras que já foram dessecadas”, disse o representante de uma empresa que exporta soja para a Europa.

As chuvas contínuas que afetaram as lavouras na região Norte do Estado deixaram os produtores apreensivos. De acordo com o Sindicato Rural de Sorriso, os últimos dias de chuvas intensas já começaram a contabilizar prejuízos para produtores da região.

Além das dificuldades de colheita, os produtores estão também com a soja atingida pelas doenças fúngicas. A região, que permanecia livre da ferrugem asiática nesta safra, já começou a apresentar focos da doença na maioria das propriedades. Enquanto as chuvas não cessam por longo prazo, os sindicatos orientam o produtor que tiver soja dessecada a aproveitar o sol e colher o mais rápido possível.

O excesso de chuva causa preocupação também em Ipiranga do Norte (397 km de Cuiabá). Para os produtores, a chuva ameaça a colheita de soja e, para o município, significa dor de cabeça e prejuízos não só para a agricultura, mas também para as estradas municipais e estaduais que estão ficando intransitáveis. Muitas lavouras já estão alagadas.

Na região Oeste do Estado, a situação não é diferente. De acordo com o presidente do Sindicato rural de Campos de Júlio, Ademir Rostirolla, as estradas estão todas degradadas e em péssimas condições de tráfego. “Enviamos um ofício à Sinfra (Secretaria de Infraestrututura do Estado) em dezembro, alertando para a situação das estradas vicinais. Mas até agora não tivemos um retorno e a situação está cada vez pior”. No ano passado, os produtores da região tiveram perdas por causa das estradas.

“Este ano a situação é mais grave, pois além da soja temos mais de 2,5 milhões de sacas de milho que estão nos armazéns particulares e precisam ser escoados para dar lugar à oleaginosa. Temos ainda 30 milhões de litros de etanol da Usimat que também precisam sair neste momento. Se a estrada não for arrumada agora, teremos sérios problemas durante a fase de colheita intensa”, alerta Rostirolla. O trecho crítico na região é o que liga Campos de Julio a Nova Laderda, cerca de 80 quilômetros na MT-388.

ATRASO

Conforme estimativa de colheita de soja da safra 2010/11 de soja, Mato Grosso colheu 1,3% da área, uma evolução semanal pequena, de apenas 0,6 pontos percentuais, devido as chuvas que tem atrapalhado a colheita. De acordo com o Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária), a atual safra está atrasada em relação ao ciclo anterior em 5,1 pontos percentuais.






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