Governador decreta fim dos núcleos sistêmicos para destravar máquina
O governador reeleito Silval Barbosa (PMDB), que terá para o próximo ano um orçamento de R$ 11 bilhões, decidiu acabar com os 12 núcleos sistêmicos, criados no início de 2007, com aval da Assembleia Legislativa, pelo seu antecessor Blairo Maggi, com o propósito de ajudar as secretarias e órgãos vinculados no processo de reforma administrativa. O problema é que esses núcleos, até então sob a coordenação do secretário de Administração Geraldo de Vitto, que foi exonerado neste ano por causa do escândalo do maquinário, travaram a máquina cuja engrenagem já se movimenta a passos de tartaruga. Em reunião com o secretariado, o governador observou que é possível manter controle sem interferência e "amarras" dos núcleos. Adiantou que a partir do próximo ano as pastas voltam a ter mais autonomia na execução orçamentária.
Como percebeu que houve efeito contrário e tem recebido reclamações rotineiras sobre os núcleos, Silval concluiu, então, que é melhor extinguí-los. Toda a estrutura de governo depende hoje do aval dos núcleos para, por exemplo, pagar fornecedores e liberar diárias a seus secretários, mesmo aquelas que surgem de última hora. Demora-se, no mínimo, uma semana para autorização de procedimentos.
A reclamação é geral, principalmente dos servidores. O complicado é que, ao invés de reduzir o quadro de pessoal com esse processo batizado de reforma administrativa, acabou por ampliar o número de funcionários. Em cada órgão e/ou secretaria foi mantida a mesma equipe para fazer encaminhamento dos pleitos aos núcleos sistêmicos, que também foram instituídos dentro de uma nova estrutura. A questão é tão burocrática que as pastas ficam com suas atividades emperradas.
Quando de sua concepção, o Palácio Paiaguás acreditava que os núcleos fossem ter efetivamente controle das demandas e ajudassem a equacionar receitas e despesas e a garantir compatibilidade entre a melhoria da qualidade dos serviços oferecidos com a racionalidade da estrutura hierárquica e do quadro de servidores. O que se viu na prática, porém, foi o contrário. Três anos depois, Silval, agora não mais como vice, mas na cadeira de governador, resolve acabar com a polêmica. Os 11 técnicos de seis secretarias que tinham sido destacados para os núcleos vão voltar as suas atividades de origem.
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