Adolescente, preso pela polícia, relatou com frieza assassinato do detento albergado Lucinei da Silva, na madrugada de domingo, por sofrer ameaça
Garoto de 14 anos confessa execução em VG
Policiais militares prenderam um adolescente de 14 anos que confessou ter executado, com cinco tiros, o preso albergado Lucinei Cabral da Silva, de 26 anos, na madrugada de domingo no bairro Santa Clara, em Várzea Grande. Relatou aos policiais militares que atirou uma vez pelas costas e as demais, na cabeça. Alegou que matou porque estava sendo ameaçado. Com o garoto, foram apreendidos dois revólveres, um de calibre 32 e outro de 38.
Sem mostrar arrependimento, relatava o crime aos policiais como se tivesse cometido qualquer ato corriqueiro do dia-a-dia. “Ele (Lucinei) me ameaçou. Então, peguei a arma e atirei. Depois, fui embora para casa”, detalhou para os policiais que o levaram para a Delegacia do Complexo do Parque do Lago.
Conforme o garoto, ele estava a pé caminhando por uma rua do bairro e Lucinei passou numa moto em baixa velocidade, mostrou o cano do revólver e fez sinal com o dedo. “Então, fui até minha casa, peguei as armas e voltei. Vi ele sentado na frente da casa da mulher dele. Então, me aproximei e atirei, acho que foi só um pelas costas. O resto, tudo na cabeça”, confessou.
Apesar da pouca idade, ele tem oito passagens pela polícia, por roubo e porte ilegal de arma. Na sexta-feira, ele foi preso com um revólver e uma motocicleta roubada e levado para a Delegacia Especializada do Adolescente (DEA) de Várzea Grande, de onde fugiu no sábado. Na madrugada de domingo, executou Lucinei a tiros e fugiu novamente.
O que chamou a atenção dos policiais foi que o garoto foi encontrado com dois revólveres, um usado no assassinato. A prisão dele ocorreu anteontem à tarde, no bairro Parque do Lago. O infrator alegou que estava armado por causa das ameaças. “Eu to sendo ameaçado por um monte de gente”, frisou. O adolescente não explicou onde conseguiu os dois revólveres.
“Essa é a juventude perdida. Nessa idade, deveria estar estudando e não ter uma ficha extensa. E olha que tem apenas 14 anos. Pelo que ele confessou, a vida para ele não vale absolutamente nada”, observou um policial.
Com a prisão do garoto, a delegada Anaíde Barros, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), deverá encaminhar o inquérito para a DEA de Várzea Grande. A princípio, policiais da DHPP acreditavam que a execução de Lucinei seria um acerto de contas, uma vez que estava em regime semi-aberto.
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