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Terça - 03 de Agosto de 2010 às 08:13
Por: Carolina Holland

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Hoje, mãe de uma outra vítima vem a Cuiabá prestar queixa ao promotor José Antônio Borges
Hoje, mãe de uma outra vítima vem a Cuiabá prestar queixa ao promotor José Antônio Borges

O prefeito de Dom Aquino, Eduardo Zeferino, deve enfrentar uma Comissão Parlamentar de Inquérito e um pedido de afastamento das funções por causa de denúncias de suspeita de pedofilia. O vereador Sério Ramos disse a reportagem que ontem, na primeira sessão após o recesso legislativo, ia propor a abertura de uma CPI para apurar os casos de abuso sexual contra crianças envolvendo o gestor e ainda pediria o afastamento dele do cargo.

“O objetivo da CPI é ajudar na apuração dos fatos e acompanhar mais de perto o trabalho da polícia”, disse Ramos. Segundo ele, já que a próxima sessão da Câmara só deve acontecer na próxima semana, é possível que a votação do pedido de abertura de CPI seja feita em uma sessão extraordinária. “O que não pode acontecer é a sociedade ficar sem uma resposta por muito tempo”, acrescentou o vereador.

Zeferino é investigado por supostamente ter abusado de cinco meninas em Dom Aquino, mas o Conselho Tutelar do município investiga mais outras 11 denúncias de crianças que teriam sido vítimas do prefeito. Dois inquéritos foram abertos contra o gestor: um por estupro de vulnerável e outro por crime de coação no curso do processo - as famílias das vítimas dizem ter recebido ameaças de morte por causa das denúncias. A polícia aguarda uma data para que Eduardo Zeferino possa ser ouvido.

“Estamos esperando o advogado entrar em contato para agendar o depoimento. Escolher a data é uma prerrogativa do cargo de prefeito”, explicou o delegado Victor Hugo Teixeira, de Dom Aquino.

A Polícia Civil também está investigando qual era o objetivo do projeto Batutinha, idealizado por Zeferino antes ainda de ser eleito prefeito de Dom Aquino e que contava com a participação de crianças com até 10 anos de idade.

As investigações apontam que não havia qualquer finalidade educacional ou cultural nos encontros dos participantes do Batutinha. As atividades se resumiam a visitar pontos turísticos de Dom Aquino e ir até a casa de Zeferino, “o que reforça a tese de que o Batutinha foi criado para a prática de abusos sexuais contra as crianças”, segundo o delegado.

Nesta terça-feira, a mãe de uma criança estará em Cuiabá para conversar com o promotor da Infância e da Juventude, José Antônio Borges. O promotor deve receber ainda a visita de mais uma mãe no decorrer da semana. “Agora que as coisas tomaram forma, acho que as pessoas estão perdendo o medo de denunciar”, afirmou Borges.

A reportagem não conseguiu falar com o advogado de Eduardo Zeferino.






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