Juiz nega voz de prisão à advogada e alega que houve desacato e afronta

O juiz Wagner Plaza Machado Junior negou, em nota enviada à imprensa, com cópia à Associação dos Magistrados de Mato Grosso, que tenha mandado prender a advogada Roseli de Macedo, após uma audiência no Fórum de Juara (664 km de Cuiabá), na quinta-feira (29).

Conforme a nota, o magistrado afirma apenas ter chamado um policial militar para lavrar boletim de ocorrência, sem dar voz de prisão. Isso porque a advogada teria proferidos as seguintes frases: “aqui em Mato Grosso a Justiça é diferente” e, “eu já sabia que a sentença estava pronta quando vi a cara dele”. Wagner relata na nota que nas duas vezes sentiu-se desacatado.

O magistrado classifica de “esdrúxula” a alegação da advogada que deu início ao imbróglio, pois ela queria incluir na ata que o juiz não ouviu as testemunhas do embargante e que isso seria cerceamento de defesa. Aduz, Plaza, que o feito estava sendo extinto sem julgamento do mérito, sendo dispensável tal instrução da advogada.

Sustenta Wagner Plaza que deixou a sala de audiência enquanto o policial lavrava o boletim de ocorrência, tendo permanecido na sala da promotoria. Também faz pedido à Associação dos Magistrados de Mato Grosso, que lance campanha esclarecendo sobre a ética, moralidade e compromisso dos magistrados do Estado.

A nota é finalizada mencionando os fatos de afastamento de juízes do Estado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e que isso estaria sendo usado, aponta o juiz Wagner, por “advogados mal intencionados”, que tentam justificar, por meio dos fatos no CNJ, os “erros jurídicos” de advogados.

O imbróglio entre o juiz e a advogada foi noticiado pela Rádio Tucunaré, de Juara, e o caso ganhou repercussão em Olhar Direto, com dezenas de manifestações favoráveis e contrárias a ambas as partes. O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Seccional Mato Grosso, Cláudio Stábile, vai protocolar representação na Corregedoria do Tribunal de Justiça contra o juiz Wagner Plaza.

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