DRE desmonta uma das maiores quadrilhas de drogas liderada por um paraplégico

Investigando uma quadrilha há mais de um ano, policiais da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia Civil, chefiados pela delegada Cleibe Aparecida de Paula, colocaram na cadeia dentro da “Operação Guarânia”,  somente na manhã nesta terça-feira (13), nove pessoas acusadas com o envolvimento de tráfico de drogas entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (MS). Outras 11 pessoas já estavam presas.

Foram presos, segundo a Polícia, o tetraplégico Cláudio César dos Santos, apontado como o líder da quadrilha; Marcos Máximo dos Santos, Lourival Fernandes Salomé, Leonel Cresmo, Samuel Barbosa, Elizualdo da Silva, Bruno França Ferreira de Souza e Silva, Márcio França dos santos e Oziel Neris da Silva.

Com a quadrilha foram apreendidos mais de 870 quilos de maconha nos últimos dez meses,  produtos para transformação de pasta base de cocaína, balança de precisão, revólver calibre 38, munições, binóculos, rádio HT para comunicação, R$ 5.5 mil em dinheiro miúdo, celulares e até algemas.

As nove prisões, segundo a Polícia, aconteceram nas regiões do bairros Moraqda da sera (CPA), Jardim Cuiabá, Imperial, Novo Paraíso, Pedregal e Santa Maria, em Várzea Grande. A quadrilha tinha ramificações em Campo Grande, onde uma pessoa já estava presa.

Apesar das prisões, investigadores da DRE da Polícia Civil vão continuar com as investigações. A Polícia, inclusive, não descarta outras prisões, dentro da “Operação Guarânia, desencadeada desde setembro do ano passado com a prisão de outros traficantes que trabalhavam para a quadrilha liderada pelo traficante Cláudio César, o homem que se locomove em uma cadeira de rodas.
Segundo a delegada Cleibe de Paula, a rota do grupo passava por Amambaí, Dourados e Campo Grande. Os traficantes adquiriam a maconha na cidade de Coronel Sapucaia, na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai e traziam para ser distribuída nas bocas-de-fumo de Cuiabá e Várzea Grande.

“Toda a Baixada Cuiabana estava sendo asbatecida pelo grupo, e temos informações de que algumas cidades do interior de Mato Grosso também eram beneficiadas com essa droga que vinha do estado vizinho”, disse a delegada.

Outras duas pessoas do Mato Grosso do Sul, que eram o elo de ligação com os criminosos em Cuiabá, também foram presas. “Como era uma organização criminosa, cada um tinha uma função específica. Dos 20 presos, 11 são ‘mulas’ – pessoas contratadas pelos criminosos para buscar a droga no estado vizinho e que foram presas enquanto transportavam os entorpecentes. Algumas delas Portadores de Necessidades Especiais. Também foram presos os articuladores e mentores da ação criminosa”, disse a delegada Cleibe de Paula.

Desde setembro de 2009 quando foi deflagrada, 20 pessoas foram presas nos dois estados. Onze delas foram indiciadas por crime de associação ao tráfico de drogas. “Tínhamos informações de que a quadrilha já estava articulando para trazer mais drogas para serem comercializadas”, disse a delegada Cleibe de Paula.