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Politica Brasil
Sexta - 09 de Julho de 2010 às 23:37

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O senador Marconi Perillo (PSDB-GO), investigado pela suspeita de ter recebido propina de R$ 2 milhões, chamou de "eleitoreira" e "café requentado" as denúncias que constam no inquérito aberto no STF (Supremo Tribunal Federal).

Ao se defender no microblog Twitter, Perillo deu duas versões para as medidas adotadas pelo governo do Estado para beneficiar frigoríficos e que fundamentaram a abertura de inquérito no STF.

Reportagem da *Folha desta sexta-feira revelou que Perillo é investigado pelo STF, a pedido da Procuradoria Geral da República, pela suspeita de ter recebido R$ 2 milhões de propina de frigoríficos, quando governou o Estado, para modificar leis que favorecessem o setor.

Vice-presidente do Senado, Perillo é favorito às eleições para o governo de Goiás. A investigação contra o senador é um desdobramento da Operação Perseu, da Polícia Federal, realizada em 2004.

Empresários foram flagrados em grampos telefônicos discutindo "ajudar" Perillo com R$ 2 mi para conseguir benefícios fiscais --que de fato firam concedidos pelo governo três meses após as conversas. Nos diálogos, eles dizem ainda que o governo faria um decreto para regulamentar os benefícios.

No Twitter, Perillo disse primeiro que não assinou o decreto. "Sequer assinei o decreto, que foi assinado pelo governador em exercício na época", disse o senador pelo microblog Twitter.

O decreto, contudo, data do dia 23 de junho de 2005 e leva o nome Marconi Perillo e do ex-secretário de Fazenda José Paulo Loureiro. Em depoimento à PF, Loureiro disse que era "era prática de Perillo tratar de assuntos relacionados a incentivos diretamente com a classe".

"Houve casos em que o governador acertava com os respectivos setores incentivos e transformava sua vontade em decretos de governo."

Depois de ser procurado pela Folha, Perillo voltou atrás e admitiu também no microblog que assinou os documentos --citados pela PGR como indícios de crime de "corrupção passiva".

"Mais esclarecimentos: por motivo de viagem, não assinei a lei que concedeu os benefícios. E assinei os decretos que regulamentaram a lei, que era uma obrigação legal."

Segundo o senador, a lei não foi assinada por ele pelo fato de estar em viagem oficial na Ásia.

O candidato ao governo de Goiás disse ainda que não houve irregularidade nos benefícios concedidos aos frigoríficos.

Perillo afirmou que o uso político das denúncias é um "ataque vazio". "Se alguma atitude tomada por mim fosse por ventura considerada ilícita, não hesitaria em renunciar à vida pública", afirmou. "Teria vergonha de me apresentar diante dos goianos e brasileiros", completou.






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