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Nacional
Segunda - 05 de Julho de 2010 às 15:01
Por: Fabio Turci

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Violência não é só caso de polícia. Em seis anos um ambulatório especializado atendeu 800 pessoas que foram assaltadas, sequestradas, e que tiveram um parente ou um amigo assassinado.

Ficar assustado depois de um episódio de violência é normal. O que não é normal é que esse nervosismo exagerado dure mais de um mês. Se isso acontecer, pode ser sinal que a violência provocou uma doença e a pessoa precisa de tratamento. Isso aconteceu com dona Maria Tereza depois que um homem foi assassinado na frente dela.

Ela procurou vários médicos durante cinco anos, até conhecer o ambulatório da Universidade Federal de São Paulo e receber o tratamento adequado. Dona Maria Tereza teve o transtorno do estresse pós-traumático, doença que atinge 65% dos pacientes atendidos no ambulatório.

A pessoa não consegue se esquecer da violência que sofreu, ela sente como se estivesse vivendo tudo de novo, tem insônia, ansiedade, se assusta com facilidade, fica sempre alerta e vai se isolando do convívio social.

Outra doença decorrente da violência é a depressão, que atinge 30% dos pacientes do ambulatório; 18% das vítimas têm o transtorno do pânico. Vários pacientes tem duas ou até as três doenças ao mesmo tempo.

“Principalmente em regiões mais periféricas em São Paulo, e no Rio de Janeiro, nas regiões dos morros, onde tem mais violência, onde ela é mais freqüente, esses níveis são iguais aos encontrados em lugares que estão em guerra”, diz Marcelo Feijó de Mello, psiquiatra.

Entre as pessoas atendidas no ano passado:
25% sofreram assalto à mão armada ou sequestro relâmpago.
13% foram vítimas de sequestro com cativeiro.
12% tiveram alguém próximo assassinado.

“Fora a questão da qualidade de vida piorar, ela vai ter propensão a uma série de doenças como problemas de coração, pressão, aumento da incidência de diabetes”, afirma o psiquiatra.

O tratamento nesses casos é feito com remédios e terapia. E um dado curioso: as mulheres são mais vulneráveis a essas doenças do que os homens. Neles, o trauma da violência costuma desencadear algum tipo de vício.






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