Em uma entrevista ao diário "The Daily Telegraph", Alex Chapman disse que sua ex-mulher, Anna, com quem foi casado entre 2002 e 2006, havia dito a ele que seu pai, um diplomata russo, havia sido um "alto oficial" na antiga KGB, a agência de espionagem do período soviético.

AP
A suposta espiã Anna Chapman, presa pela polícia dos EUA no último domingo (26)
A suposta espiã Anna Chapman, 28, foi presa pela polícia federal dos EUA no último domingo (26)



"O pai dela controlava tudo em sua vida, e eu sentia que ela poderia ter feito qualquer coisa por seu pai", disse Alex. "Quando vi que ela tinha sido presa sob suspeita de espionagem, não foi uma surpresa muito grande para mim, para ser honesto", afirmou.

O estudante teria sido interrogado na quarta-feira por agentes do MI5, o serviço de inteligência britânico, que estaria investigando, segundo o jornal, se Anna Kushchenko, 28, teria espionado durante os cinco anos em que viveu em Londres ou se teria sido recrutada no país.

Anna adotou o sobrenome Chapman após o casamento e conseguiu o direito a ter um passaporte britânico. Desde a sua prisão, no início da semana, fotos suas postadas em sua página no Facebook têm sido divulgadas pela mídia em todo o mundo.

SOGRO "ASSUSTADOR"

Segundo afirmou Alex Chapman em sua entrevista ao "Telegraph", o casal visitou, durante sua lua de mel, em 2002, o pai de Anna no Zimbábue, onde ele estaria servindo como diplomata na embaixada russa.

Alex afirmou que o ex-sogro, Vasily Kushchenko, era "assustador". "Ele nunca me apresentava a outros russos que vinham à casa e parecia ter sempre muito mais segurança do que outros diplomatas. Ele tinha um Land Rover com vidros escurecidos e havia sempre um carro na frente e um atrás dele", afirmou ele ao jornal.

Outro diário britânico, "The Times", também publicou a história de Alex em sua primeira página na edição desta sexta-feira, dizendo que ele procurou o jornal para tentar vender seu relato.

Segundo o Times, o estudante teria vendido a entrevista ao "Telegraph" por uma soma superior a 10 mil libras (cerca de R$ 27 mil). O dinheiro, segundo ele, o ajudaria a terminar seus estudos de psicologia.

Ambos os jornais publicaram em suas primeiras páginas uma foto do casal, supostamente no dia de seu casamento, sob títulos iguais --"A espiã que me amava".