Subiu para 51 o número de mortes causadas pelas chuvas que atingiram Alagoas e Pernambuco nos últimos dias. Balanço anterior apontava 46 mortes.

No total, 155 mil pessoas tiveram que deixar suas casas. São 87 municípios atingidos: 59 em Pernambuco e 28 em Alagoas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou na tarde de hoje a liberação de R$ 550 milhões imediatos para auxiliar as vítimas das chuvas nos dois Estados. O anúncio foi feito durante visita do presidente a região afetada pelos temporais.

O valor será divido entre os dois Estados, que receberão R$ 275 milhões cada. Além disso, mais R$ 1 bilhão será destinado para a região via BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para a reconstrução das pequenas e médias empresas. Lula também anunciou a liberação do FGTS para todos os afetados nas cidades que decretaram calamidade.

  Ricardo Stuckert/PR  
Presidente Lula e o governador Eduardo Campos durante sobrevoo a áreas atingidas pelas enchentes no estado de Pernambuco
Lula e o governador Eduardo Campos (PSB), durante sobrevoo a áreas atingidas em PE

Crítica

O presidente criticou nesta quinta-feira a ocupação de áreas próximas a rios nos dois Estados e disse que as vítimas da chuva não devem voltar a morar na beira de rios.

"Foi irresponsabilidade, no passado, deixar as pessoas morarem na beira do rio, mas será muito mais irresponsabilidade a gente deixar reconstruir na beira do rio", disse o presidente, após visita às áreas atingidas.

De acordo com o presidente, a liberação imediata de recursos para os governos alagoano e pernambucano, sem a apresentação de projeto, é uma "relação de confiança" para ajudar na reconstrução rápida das cidades destruídas.

"No passado, entre uma desgraça e a ajuda, você tinha que esperar que o coitado de um prefeito do interior levasse para você um projeto. Às vezes, a prefeitura nem sabia fazer o projeto e, dez anos depois, o dinheiro não tinha chegado na cidade", disse Lula.

"O que estamos fazendo é uma relação de confiança. Estamos depositando na conta de cada um dos Estados R$ 275 milhões para que os governadores comecem a trabalhar numa relação direta com as prefeituras, sem precisar do governo federal", explicou.