Cientistas nos EUA conseguiram pela primeira vez transplantar fígados alterados -com novas células substituindo as células originais- de um animal para outro.

Korkut Uygun, do Hospital Geral de Massachusetts, em Boston (EUA), e sua equipe, removeram o tecido original de fígados de ratos ao expô-los a um poderoso detergente. O que permaneceu do fígado foi um "esqueleto" da proteína colágeno, preservando a arquitetura do órgão intacta, incluindo canais para vasos sanguíneos, câmaras e dutos.

Em seguida, a equipe inseriu cerca de 50 milhões de células de fígado de ratos em cinco desses esqueletos e incubou os órgãos em cultura por duas semanas.

Finalmente, os cientistas transplantaram os órgãos para ratos geneticamente similares, e os órgãos passaram a funcionar normalmente.

Se o procedimento funcionar em humanos, ele possibilitaria transformar fígados doados com a adição de células do próprio receptor, reduzindo as chances de rejeição.

A técnica também tornaria possível o uso de fígados doados que antes não poderiam ser aproveitados por serem muito gordurosos ou danificados pelo transporte.

O estudo foi publicado na revista "Nature Medicine".