A pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, sinalizou nesta segunda-feira que, se eleita, poderá propor mudanças na Previdência Social que incluam um prazo mais longo de contribuição.

"O tal do bônus demográfico nada mais é do que isso: a sua população em idade de trabalho ativo é maior que sua população dependente, jovem, criança e velho. Mas a terceira idade, a terceira idade está ficando difícil... A gente vai ter que estender ela um pouco mais para lá", disse Dilma à imprensa na saída do fórum "Brasil - A construção da 5ª maior economia do mundo".

Perguntada diretamente se tinha como proposta de governo o aumento do tempo de contribuição, Dilma disse que fez uma "brincadeira consigo mesmo". Ela tem 62 anos, o que se encaixaria na 3ª idade. "É a minha terceira idade", disse, mas emendou logo a seguir: "Eu acho sempre que vai ter de haver, vai ter de olhar a questão etária do país, e tomar providências para isso, mas eu não tratei desse assunto."

Hoje, a idade mínima de aposentadoria para servidores públicos federais é de 60 anos para os homens e 55 anos para as mulheres. No setor privado, a aposentadoria por idade pode ser solicitada aos 65 anos (homens) e 60 anos (mulheres), desde que observado um tempo mínimo de contribuição à Previdência Social, hoje de 174 meses.

Seminário

Dilma participou hoje de seminário promovido pela revista "Exame", em São Paulo. A pré-candidata afirmou que o Brasil tem vantagens em relação a outros países pelo diferencial em energias não renováveis, como o pré-sal. "O pré-sal é o nosso passaporte para o futuro."

A petista falou hoje por 38 minutos sobre os desafios do país, entre eles a inovação e o crescimento com a mobilidade social. Segundo ela, sem inclusão digital o Brasil não pode chegar onde quer.

"Só o governo central não é suficiente para dar conta desse imenso processo de mobilização", disse Dilma ao destacar a importância da sociedade, da classe empresarial, dos governos estaduais e municipais.

Acompanharam a petista durante o evento o coordenador de sua campanha, Antonio Palocci, o deputado estadual Rui Falcão (PT-SP), a pré-candidata ao Senado Marta Suplicy (PT) e o senador Aloizio Mercadante, pré-candidato do PT ao governo de São Paulo.