Aperto monetário e fim das isenções tributárias contribuirão para esfriar a economia
Crescimento econômico converge para 5% ao ano no segundo semestre, revela indicador Serasa Experian

A atividade econômica brasileira, que vem crescendo num ritmo superior a 7% ao ano neste início de 2010, deverá entrar numa trajetória de crescimento mais branda a partir dos próximos meses, convergindo para uma taxa de expansão ao redor de 5,0% no segundo semestre deste ano. É o que demonstra o Indicador Serasa Experian de Perspectiva Econômica que exibiu, em fevereiro de 2010, recuo de 0,3% sobre o mês anterior, a terceira queda mensal consecutiva.
 
Conforme se observa no gráfico acima, que desloca o Indicador Serasa Experian de Perspectiva Econômica seis meses adiante – uma vez que este possui, por sua metodologia de construção, a propriedade de antever os movimentos cíclicos da economia com uma média de seis meses de antecedência –, desenha-se uma trajetória de convergência em direção ao equilíbrio (nível 100). Isto significa que o atual ritmo de crescimento econômico irá se desacelerar, no curto prazo, buscando uma taxa de expansão mais em linha com o crescimento do PIB potencial (estimado entre 4,5% e 5,0% ao ano), o que deverá ocorrer ao longo do segundo semestre de 2010.

Segundo os economistas da Serasa Experian, a desaceleração do crescimento econômico ocorrerá em função de alguns fatores, dentre os quais se destacam elevação dos recolhimentos compulsórios sobre os depósitos bancários, o fim/redução dos incentivos fiscais para a aquisição de bens duráveis, a implementação dos cortes orçamentários do Orçamento Geral da União visando a recomposição do superávit primário e, por último, mas não menos importante, o início de um novo ciclo de aperto monetário (elevação da taxa básica de juros), a partir do segundo trimestre de 2010.