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Internacional
Quarta - 21 de Abril de 2010 às 22:25

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Quase 100% dos voos devem operar normalmente na Europa nesta quinta-feira, depois que as restrições ao espaço aéreo de cerca de 20 países do continente foram canceladas, dando fim à quase uma semana de caos ocasionada pela nuvem de cinzas de um vulcão na Islândia.

Segundo o jornal americano "The New York Times", a Comissão Europeia começou a se preparar, nesta quarta-feira, para retomar os planos de criar uma autoridade única para controlar o espaço aéreo europeu, pondo fim à fragmentação que, em boa parte, prejudicou ainda mais o caos aéreo da última semana.

Um pacote de propostas de 2004 pretendia integrar o sistema de controle de tráfego aéreo das 36 regiões da União Europeia em uma única região, a partir de 2012, informa o NYT. O plano, porém, enfrentou resistências de alguns governos, preocupados com a segurança nacional, e de profissionais de controle aéreo, preocupados com o corte de empregos.

  Binod Joshi/AP  
Turistas franceses retidos no Nepal após nuvem ce cinzas vulcânicas; prejuízos são de R$ 2,9 bi
Turistas franceses retidos no Nepal após nuvem ce cinzas vulcânicas; prejuízos são de R$ 2,9 bi


A Agência Europeia para a Segurança da Navegação Aérea (Eurocontrol) estimava ao menos 22.500 voos --mais de 80%-- operando nesta quarta-feira, comparados com 28 mil em dias normais.

Todo o espaço aéreo europeu acima de 6.000 metros ficou aberto para voos. Abaixo dos 6.000 metros, quase todo o espaço aéreo estava disponível com serviços de tráfego aéreo, com pequenas áreas de restrição, incluindo os aeroportos na Finlândia e partes do norte da Escócia.

O aeroporto de Helsinki, na Finlândia, abriu rapidamente nesta quarta-feira, mas voltou a ser fechado, segundo oficiais do aeroporto citados pela rede americana CNN.

Os voos transatlânticos voltaram ao normal, com 338 voos chegando à Europa hoje, segundo a agência.

A Eurocontrol estima que mais de 100 mil voos foram cancelados desde a última quinta-feira (15), o que deixou milhares de passageiros ilhados ao redor do mundo.

No entanto, a retomada dos voos congestiona os aeroportos das principais capitais europeias, e a capacidade de absorver os atrasos é limitada. Em Londres, o tráfego aéreo era lentamente retomado nesta quarta-feira em Heathrow e nos demais aeroportos britânicos, mas autoridades advertiram que o ritmo normal levará tempo para ser restabelecido, após quase uma semana de paralisação.

Islândia

Na Islândia, cerca de 800 pessoas tiveram de deixar suas casas após a erupção do vulcão Eyjafjallajokul há uma semana. Os moradores viram seus campos virarem um deserto coberto por um pó fino dias atrás, mas agora começam a se preocupar com a possibilidade de que as erupções recentes acordem um vulcão ainda muito maior.

  Lucas Jackson/Reuters  
Lavas expelidas por vulcão na Islândia; quase 100% dos voos devem ser retomados hoje, diz agência
Lavas expelidas por vulcão na Islândia; quase 100% dos voos devem ser retomados hoje, diz agência


O vulcão continuará emitindo cinzas nos próximos dias, mas de forma reduzida, informou hoje a agência de Defesa Civil islandesa. A nuvem vulcânica é "bastante baixa" e não-visível para os radares, e não se espera que alcance uma altitude superior aos 20 mil pés (entre seis e sete quilômetros) durante os próximos dias, indicam as últimas previsões.

Nos dias de maior atividade do Eyjafjallajökull, a nuvem de cinzas superou os 11 mil metros de altitude e provocou graves transtornos no tráfego aéreo da Europa.

As nuvens de cinzas continuarão hoje ao sul e sudeste do vulcão. A mudança dos ventos para o nordeste, prevista para as próximas horas, fará com que também se produzam ao sudoeste, mas somente nas áreas próximas ao Eyjafjallajökull.

Os especialistas calculam que a força da erupção foi reduzida para 20% de sua máxima e uma quarta parte da qual chegou no sábado (17) passado. No entanto, eles ressaltaram que isso não indica necessariamente que a extinção da atividade seja imediata.

Prejuízos

As companhias aéreas perderam até agora cerca de US$ 1,7 bilhões [R$ 2,9 bilhões] devido às restrições impostas pelas autoridades aeronáuticas por causa da nuvem de cinzas gerada pela erupção vulcânica na Islândia, informou hoje Giovanni Bisignani, diretor-geral da Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata).

"Os cancelamentos de voos custaram até agora às companhias aéreas mais de US$ 1,7 bilhões e, o que é pior, a crise impactou em 29% da aviação oficial e afetou 1,2 milhão de passageiros", disse Bisignani.

Segundo ele, "a crise ofusca à do 11 de Setembro (de 2001) quando o espaço aéreo americano esteve fechado durante três dias" por causa dos atentados terroristas de então.

Bisignani disse esperar que, dessa situação, se tirasse a conclusão de que é necessário unificar o espaço aéreo europeu e que haja, além disso, o convencimento de que a aviação deve ter um lugar mais importante na agenda política internacional.

"O caos e as perdas econômicas da semana passada são um claro apelo aos líderes europeus para unificar de forma urgente o espaço aéreo europeu", ressaltou o diretor-geral da Iata.

Com agências internacionais






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