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Polícia Brasil
Sexta - 16 de Abril de 2010 às 06:20

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A Polícia Federal começou a desmantelar nesta quinta-feira (15) uma quadrilha acusada de aliciar adolescentes e mulheres pobres para abastecer prostíbulos do interior do Brasil. O grupo, segundo a PF, chegava a "recrutar" meninas em portas de escolas. A PF estima que ao longo de um ano pelo menos 80 foram exploradas pela quadrilha.

Seis pessoas foram presas em três Estados --Tocantins, origem da investigação, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. De acordo com a PF, as adolescentes eram recrutadas também em praças e lanchonetes e as mulheres maiores de idade, em boates e bares de pelos menos sete Estados (MA, PA, TO, PI, CE, BA e SP).

O delegado da PF Gustavo Almeida Bubolz disse que algumas recebiam promessas falsas de emprego e, ao chegar no destino, eram surpreendidas e obrigadas a contrair dívidas e, sem poder pagar, acabavam sendo obrigadas a se prostituir. "Outras recebiam claramente a proposta [de prostituição]", afirma o policial, responsável pela operação batizada de Ateneia, em referência à uma deusa grega que já nasceu adulta.

De acordo com ele, a polícia começou a investigar o grupo em janeiro de 2009, após a denúncia da mãe de uma das vítimas. "Ela se dizia preocupada porque a filha não mandava mais notícias", disse. Menor de idade, ela saiu de Araguaína (440 km de Palmas) e foi levada para Parnaíba (422 km de Campo Grande e 1.629 km distante de sua casa). O emprego seria "cuidar de um idoso". Chegando lá, porém, a realidade era outra: a menina foi obrigada a se prostituir.

Entre os presos está uma dona de casa de prostituição em Paranaíba e seu filho, acusado de falsificar os documentos e administrar os bordéis. Os nomes dos acusados não foram divulgados. "Ainda não há condições de identificarmos se a maioria é menor ou maior por causa dos documentos falsos."

Os presos são acusados de tráfico de pessoas para fins de exploração sexual, formação de quadrilha e manutenção de casa de prostituição.

Rodízio

Os policiais descobriram ainda que as garotas eram obrigadas a se mudar constantemente dos prostíbulos em Frutal (MG), Aparecida do Taboado e Parnaíba (MS). O objetivo do "rodízio" era oferecer aos clientes garotas diferentes.

As vítimas maiores de idade foram levadas de volta para suas casas. Já as menores foram encaminhadas à Justiça e Conselho Tutelar.






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