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Internacional
Quarta - 14 de Abril de 2010 às 15:54

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Um novo tremor de magnitude 4,1 atingiu nesta quarta-feira a Província de Qinghai, no oeste da China, região afetada por outros seis tremores que deixaram ao menos 400 mortos e 10 mil feridos. O governo chinês anunciou o envio de uma verba de US$ 29,3 milhões (cerca de R$ 51 milhões) para ajudar às pessoas desabrigadas pela tragédia.

O novo tremor foi registrado pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês) a uma profundidade de dez quilômetros e com epicentro a 215 km de Qamdo, no Tibete. Não há informação de novos danos ou vítimas causados pelo novo tremor.
 

  Ren Xiaogang/AP  
Mulher ferida é resgatada após série de terremotos que afetou a Província de Qinghai, na China
Mulher ferida é resgatada após série de terremotos que afetou a Província de Qinghai, na China


Nesta quarta-feira, o Ministério de Finanças afirmou que a verba do Centro Fiscal de Desastres permitirá financiar, entre outras coisas, a retirada dos moradores de áreas com risco de novos desabamentos e alojamentos temporários, tratamento médico aos 10 mil feridos e prevenção de epidemias --comuns em situações como esta, quando os sistemas sanitários são destruídos.

A região mais afetada foi o Condado de Yushu, na remota e montanhosa Província de Qinghai, vizinha à região autônoma do Tibete.

A televisão estatal da China informou nesta quarta-feira que mais de 900 pessoas foram resgatadas com vida dos escombros do Condado.

Um porta-voz da Prefeitura de Yushu afirmou à agência de notícias Xinhua que os tremores destruíram mais de 85% das casas do Condado, a maioria feita de madeira e barro. Muitos ainda estão soterrados e as autoridades temem que o número de vítimas possa aumentar.

"Eu posso ver pessoas feridas por toda parte. O maior problema agora é a falta de barracas, equipamentos, remédios e equipes médicas", disse Zhuohuaxia, citado pela Xinhua.

O governo provincial disse que enviou em caráter de urgência cerca de 5.000 barracas e 10 mil cobertores e casacos para a região montanhosa, onde muitos estão desabrigados em meio ao frio intenso de menos de zero graus na madrugada e em uma altitude de 4.000 metros.

Desmoronamentos

  Ren Xiaogang/AP  
Pessoas caminham por destroços de prédios no Condado de Yushu, o mais atingido pela série de tremores
Pessoas caminham por destroços de prédios no Condado de Yushu, o mais atingido pela série de tremores


Muitos moradores conseguiram fugir das casas quando o chão começou a tremer, destruindo as casas, templos, postos de gasolina, postes de energia elétrica e o topo de uma pagoda budista em um parque.

A agência Xinhua diz ainda que o tremor causou deslizamentos de terra na região.

"Quase todas as casas feitas de barro e madeira desmoronaram. Houve ainda muita poeira no ar, não conseguíamos ver nada", disse Ren Yu, diretor geral do Hotel Yushu, em Jiegu, a principal área do Condado.

"Houve muito pânico. As pessoas choravam nas ruas. Alguns de nossos funcionários, que estavam reunidos com os parentes, também choravam", contou.

Mais de cem hóspedes do hotel, que foi relativamente pouco danificado, foram retirados para locais abertos, como praças públicas, disse Ren.

Alguns funcionários do hotel ajudaram nos trabalhos de resgate em outros edifícios da região. "Nós tiramos 70 pessoas, mas algumas delas morreram no caminho do hospital", lamentou.

A televisão estatal afirma que ao menos 900 pessoas foram retiradas com vida dos escombros, mas não dá detalhes sobre onde estas pessoas estavam.

Tremores

  Arte/Folha  


O primeiro terremoto, de magnitude 5, atingiu a região de Qinghai às 18h40 desta terça-feira, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), que monitora a atividade sísmica mundial. O tremor teve profundidade de 18,9 km e epicentro a 230 km de Qamdo, na região do Tibete.

Desde então, outros cinco tremores atingiram o mesmo local. O mais forte deles foi registrado com magnitude 6,9 e atingiu a mesma região às 20h49, também segundo o USGS. O instituto afirma que o tremor foi registrado a uma profundidade de apenas 10 km e epicentro a 240 km de Qamdo.

A agência de notícias Xinhua cita funcionários do Centro de Terremotos da China dizendo que ao menos 18 réplicas --tremores secundários-- foram registrados e que mais terremotos de magnitude maior do que 6 são esperados nos próximos dias.

Qinghai é habitada principalmente por tibetanos, mongóis, hui (muçulmanos) e chineses da etnia majoritária han.

Esta foi uma das zonas afetadas pelo terremoto que, em maio de 2008, atingiu o norte da vizinha Província de Sichuan, deixando cerca de 87 mil mortos e desaparecidos. Entre as vítimas estavam milhares de estudantes de escolas primárias.

Cinco milhões de pessoas perderam suas casas no tremor e as autoridades estimaram que o trabalho de reconstrução levaria três anos.

Com agências internacionais






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