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Cidades/Geral
Sábado - 20 de Março de 2010 às 10:24
Por: Emili Archer

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A equipe técnica da CPI da Saúde instalada na Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso vistoriou nesta sexta-feira (19), as instalações do Hospital Regional Irmã Elza Giovanela de Rondonópolis. O objetivo era avaliar a estrutura física do prédio, as condições dos equipamentos, a higiene do local e o atendimento dado aos pacientes. Mas o que era para ser uma simples inspeção acabou se transformando em “indelicadeza por parte do secretário de Estado Agostinho Moro”, como pontuou o presidente da CPI, deputado Sérgio Ricardo.

Ele se referiu a ordem dada à diretora da unidade Rosana Zucatto, para não entregar os documentos aos profissionais, impedindo o trabalho da equipe.
“Não esperava essa atitude. Fiquei surpreso porque a CPI não precisa de autorização do secretário para obter as informações. Mais cedo ou mais tarde a verdade vai aparecer”, criticou Sérgio Ricardo.

O prefeito Zé Carlos do Pátio presente na reunião, disse se sentir aliviado com a presença da CPI, porque segundo ele, ficou confirmada a falta de repasse de recursos financeiros do Estado para o município. Ele lembrou os serviços assumidos pela administração local como as cirurgias de bucomaxilo, ortopedia, pediatria e o atendimento a nefrologia. “Estamos beneficiando os pacientes da cidade e de toda a região, porque Rondonópolis é referência na área da saúde. Mas o que sentimos é que o Hospital Regional encolheu os atendimentos. Ao invés de ampliar os investimentos em outras especialidades, ele parou”, ponderou.

A avaliação da equipe técnica foi acompanhada de perto pelo idealizador da Comissão Parlamentar de Inquérito, deputado estadual Percival Muniz que concordou com a opinião do colega. “Queremos mostrar a população aquilo que é público. E percebemos que o Hospital Regional tem graves problemas de falta de investimento por parte do Estado. Nós não somos contra ninguém, só queremos descobrir onde está o problema para buscar uma saúde de qualidade”, declarou.

Percival enfatizou ainda que é difícil administrar uma unidade hospitalar de longe, como é o caso do HR, onde a gestão é feita em Cuiabá. Ele defende que Rondonópolis deve ficar com a responsabilidade de administrar, e o Estado apenas de repassar o recurso.

Pátio se colocou a disposição dos deputados e afirmou a parceria com a Comissão. Falou do avanço no desenvolvimento da saúde aumentando o número de médicos no Pronto Atendimento – PA e do salário dos médicos plantonistas. “O município é solidário com o Estado. Estamos dispostos a discutir novamente as políticas públicas na área da saúde, mas o Governo Estadual deve investir mais na cidade”, destacou.

Diante das acusações de falta de informação feita pelos deputados, a diretora Rosana Zucatto não negou que o secretário Agostinho Moro deu a determinação e ressaltou que as informações que faltaram, cerca de 30%, vão ser encaminhadas ao secretário para que ele repasse a CPI. “Tenho que respeitar a hierarquia. Vou entregar para ele e ele repassa a vocês”, avisou aos deputados.

Ao final da discussão o deputado Percival Muniz fez o compromisso de marcar uma reunião com o novo secretário de Estado da Saúde, Kamil Fares, que assume o cargo no próximo mês. “A ideia da CPI é construir uma unidade de trabalho com nossa equipe presente, representantes do Hospital Regional, e também do Consórcio. Acredito que a discussão com Kamil vai ser produtiva e vamos buscar um entendimento entre Estado e Município”, conclui.

EVIDÊNCIAS

O secretário de Saúde do Município, Valdecir Feltrin, rebateu duras críticas à diretora do HR. Dos dez leitos da Unidade de Terapia Intensiva, quatro estão desativados, além da falta de aparelhos de ar-condicionado. A falta deste equipamento também impede o uso diário de um aparelho de raio-x tele-comandado. De acordo com Rosana Zucatto, os dois climatizadores que chegaram na tarde da sexta-feira (19), deveriam ser instalados na sala, para que o atendimento ao público fosse regularizado. No entanto, ela se defende dizendo que a UTI também aguarda a chegada de 6 outros aparelhos. “Já repassamos ao Estado, cerca de R$112 mil. Mas preciso aguardar o envio dos equipamentos. Enquanto isso os climatizadores vão ser instalados na UTI”, fala.






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