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Terça - 09 de Março de 2010 às 05:12
Por: Caroline Lanhi

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Chico Ferreira
Caixas de água abertas têm sido grandes vilãs no combate ao avanço do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue
Caixas de água abertas têm sido grandes vilãs no combate ao avanço do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue

Mais uma família está de luto pela morte de uma criança com suspeita de dengue. Aline Fernanda dos Santos, 7, faleceu no domingo (07), na Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa de Misericórdia. Aline pode ser a 27ª vítima fatal da doença. A mãe, Lindinalva Ribeiro dos Santos, 28, está desesperada pois sua segunda filha, Gabrieli, de 9 anos, também está com dengue e permanece internada desde domingo à noite no Hospital Militar.

Moradora do bairro Dom Aquino, Aline começou a apresentar os primeiros sintomas na quarta-feira (03) e foi levada pela mãe para consulta na Policlínica do Verdão, onde a médica descartou qualquer possibilidade de dengue. Lindinalva, que chegou à unidade de saúde às 9h30 para ser atendida às 14h30, conta que a menina estava com febre alta, dores pelo corpo e com os olhos lacrimejando. "Falei que na rua do meu bairro existem focos de dengue, mas a médica insistiu que era dor de garganta. Disse ainda que não tinha como fazer exame da dengue àquela hora, então medicou minha filha e nos aconselhou voltar para casa".

Dois dias depois, sem melhoras, Aline voltou ao médico, mas dessa vez para policlínica militar. Lá, a menina recebeu soro e voltou para casa. De acordo com a mãe, no sábado à noite a situação já estava agravada e a pequena - que vinha sofrendo desde cedo com vômitos e diarreia - foi levada ao Pronto-Socorro de Cuiabá, onde começou a vomitar sangue. No domingo, às 13h, a família conseguiu internar a filha caçula na UTI da Santa Casa de Misericórdia, mas ela morreu poucas horas depois.

Família e vizinhos estão revoltados pois acreditam que dois erros foram cometidos. Primeiro em relação ao bairro onde moram, no qual é possível encontrar muitos terrenos e casas abandonadas. Inclusive uma na frente da casa da vítima, na rua Alexandre Rodrigo, que está há mais de 8 anos fechada, sem receber moradores, limpeza ou fiscalização. Para Lindinalva, a segunda falha aconteceu no atendimento médico, quando a opinião da mãe não foi levada em consideração, mesmo apresentando indícios de que a menina podia ter dengue. "Não quero que esses erros se repitam com minha outra filha".

No bairro é há mais crianças e adultos que tiveram a doença. Na casa de Roseli Gonçalina Magalhães, 38, a filha e o marido pegaram dengue no início do ano, mas tiveram a sorte da doença não evoluir. Mãe de três filhos, Roseli teme que, na atual situação de descaso para com o bairro, suas outras duas crianças sejam picadas pelo mosquito e desenvolvam a infecção.





Fonte: A Gazeta

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