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Agronegócios
Quinta - 28 de Março de 2013 às 12:48
Por: Daniel Carvalho

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Provável candidato à Presidência da República, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), defendeu que o governo federal perdoe as dívidas dos agricultores familiares atingidos pela seca no Nordeste.

"Acho que tem que ter uma anistia para agricultura familiar para possibilitar que a agricultura possa abrir crédito para comprar caprino, ovino, instalar poço, fazer a "infra" básica para a reconstrução", disse o governador.

A reivindicação também é feita pela Fetape (Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernambuco) desde que a estiagem se agravou no Estado.

Ontem, o presidente da federação, Doriel Barros, fez a cobrança à presidente em discurso durante cerimônia de inauguração de trecho de adutora no sertão de Pernambuco.

Em Alagoas, onde esteve há duas semanas, Dilma foi alvo de protesto de criadores que perderam o rebanho por causa da seca.

Roberto Stuckert Filho - 25.mar.2013/PR

Dilma Rousseff acena ao lado do govenador Eduardo Campos (de branco) durante cerimônia de entrega do trecho Floresta-Serra Talhada do Sistema Adutor Pajeú
Procurado pela Folha para comentar as declarações de Campos, o presidente da Fetape disse que o governador deveria ter feito a defesa do perdão das dívidas "há mais tempo".

"Se não houver uma forma de anistiar esse débito e o governo não assegurar um crédito para recompor o rebanho, vai haver êxodo rural", disse Barros.

Segundo o governo do Estado, 17% das propriedades do semiárido pernambucano já estão fechadas por causa da seca.

O presidente da federação de agricultores diz esperar também alguma iniciativa estadual e que é preciso que haja integração entre os governos do Estado e federal.

"Espero que não seja uma manifestação política [a que Eduardo Campos fez hoje]. Não é só o governo federal. É preciso que o Estado também crie uma ação de Estado. A gente também espera que ele possa se somar às ações do governo federal", afirmou.

A estiagem prolongada, considerada a pior dos últimos 30 anos no Estado, foi o principal fator que fez o PIB (Produto Interno Bruto) de Pernambuco em 2012 fechar abaixo da expectativa, em 2,3%.

No acumulado do ano passado, o desempenho da agropecuária foi de 15% negativos.

De acordo com Campos, por causa da seca, o Estado perdeu 70% da produção de leite. O governo estima já ter perdido um milhão de cabeças de gado.

No dia 2 de abril, os governadores do Nordeste irão se reunir com a presidente Dilma para discutir ações para minimizar os efeitos da seca.

Ontem a presidente afirmou que as medidas de auxílio aos atingidos pela estiagem prolongada vão durar enquanto haja necessidade.





Fonte: Folha

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