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Cidades/Geral
Terça - 12 de Fevereiro de 2013 às 10:33

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 Dezenas de pessoas ficaram feridas na segunda-feira (11/02) quando as forças de segurança dispersaram milhares de manifestantes concentrados em frente ao Palácio Presidencial do Cairo.

 A reação veio com o aumento de participantes das inúmeras passeatas convocados pelo segundo aniversário da queda do regime de Hosni Mubarak.

Foram utilizados jatos de água contra os manifestantes, que responderam lançando pedras. Com o início dos primeiros enfrentamentos, a polícia reagiu com bombas de gás lacrimogêneo, lançadas de seis veículos blindados.

 Várias ambulâncias também já se dirigiram ao local.



De acordo com a versão do Ministério do Interior, as passeatas eram pacíficas, a princípio, mas uma minoria começou as retirar as grades que cercavam o palácio e começaram a jogar pedras contra o prédio, obrigando as forças de segurança receberam ordem para intervir.


A oposição egípcia organizou a jornada de manifestações, no Cairo e em outras províncias, para comemorar a derrocada de Mubarak, pedir a renúncia do atual presidente, Mohamed Mursi, além de pedir uma nova Constituição e "justiça para os mártires", depois que os confrontos mais recentes deixaram mais de 50 mortos no país norte-africano.

"No segundo aniversário da renúncia do ditador (Mubarak), já é o momento adequado para que as forças revolucionárias consigam suas exigências de liberdade e justiça social e para que se unam em uma só frente que lidere a revolução rumo à vitória", segundo a nota dos principais grupos de oposição.

Os convocantes da passeata afirmaram que Mursi "bateu o recorde em dizer mentiras e descumprir suas promessas" e durante seu mandato voltou a "derramar o sangue dos egípcios". Quanto aos últimos distúrbios e denúncias contra a repressão policial dos manifestantes, afirmaram que "o novo regime criou novas formas de tortura, sequestro e repressão".

Entre os grupos que assinam o texto figuram o Partido da Constituição, do ganhador do Nobel da Paz e ex-diretor da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), Mohamed el Baradei; a Corrente Popular Egípcia, do ex-candidato presidencial esquerdista Hamdin Sabahi; os partidos Egípcios Livres e Al Wafd; e movimentos opositores como on Kefaya.

Durante o aniversário do começo da revolução, no dia 25 de janeiro, explodiram choques na capital e outras províncias, entre manifestantes e as forças de segurança, que causaram nas últimas semanas, além 50 mortos, outros 1000 de feridos.

Com a possibilidade de mais atos violentos, as autoridades intensificaram as medidas de segurança no aeroporto internacional do Cairo e nas imediações do Palácio Presidencial.



Mais cedo, manifestantes bloquearam por um breve período uma ponte e trens no centro de Cairo, brigando com passageiros e polícia metroviária, segundo testemunhas e a mídia local.

Clérigo preso

Segundo a agência de notícias Mena, a justiça egípcia emitiu um mandado de prisão contra o clérigo salafista Mahmoud Shaaban, a pedido do Ministério Público egípcio por ter incitado a morte de líderes opositores da Frente de Salvação Nacional, em declarações ao canal de videos online religioso Al Hafez.

Shaaban afirmou que os líderes deveriam ser condenado à morte sob a lei islâmica por desejarem destituir Mursi e estarem “queimando o Egito para obterem poder“. Ele destacou o politico El Baradei e o ex-candidato à Presidência Hamdee Sabahy.

Novo mufti

O professor de jurisprudência islâmica Shauki Ibrahim Abdelkarim foi eleito hoje novo mufti da República, máxima autoridade religiosa do Egito, em substituição a Ali Gomaa, cujo mandato termina no final deste mês.

 É a primeira vez que se escolhe o mufti por votação, já que durante o regime de Hosni Mubarak ele era designado diretamente pelo presidente.



Mursi ainda tem de ratificar a decisão dos ulemás membros da famosa instituição sunita de Al-Azhar, presididos pelo xeque Ahmed Tayyip. Um total de 25 candidatos, todos eles acadêmicos de Al Azhar, tinham concorrido ao cargo de mufti, que foi eleito dentre três finalistas por um comitê de ulemás em uma votação secreta.



Abdelkarim é um dos candidatos menos conhecidos dos que se apresentaram e por enquanto não se sabe se é membro ou não da Irmandade Muçulmana, que tinham vários candidatos em disputa.



Entre os requisitos para ocupar este cargo é preciso pertencer a Al Azhar, ter um doutorado em Ciências da sharia (ou lei islâmica), dominar um segundo idioma além do árabe e não ter antecedentes criminais.



A figura do mufti é escolhida de acordo com a normativa interna da instituição, que foi modificada durante o mandato da junta militar que assumiu o poder após a renúncia de Mubarak e até Mursi jurar como presidente em junho do ano passado.

 Agora, o mandato terá um máximo de quatro anos, ao contrário da ausência de limite de tempo, como anteriormente. 

Ali Gomaa está no cargo desde 2003 e sairá em março ao completar a idade da aposentadoria.

* Com informações de EFE, Reuters e Al Jazeera




Fonte: EFE

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