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Internacional
Sábado - 19 de Janeiro de 2013 às 15:53

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Os chefes de Estado e de Governo da África Ocidental, reunidos neste sábado em Abidjan, apelaram por uma mobilização internacional "mais ampla" nas operações militares no Mali, onde soldados franceses e malinenses combatem grupos islamitas armados, na espera da implantação de uma força africana.

"O momento chegou para um engajamento mais amplo das grandes potências e de um número maior de Estados e organizações nas operações militares, a fim de que uma maior solidariedade fortaleça a França e a África na guerra contra o terrorismo no Mali", declarou o chefe de Estado da Costa do Marfim, Alassane Ouattara.

Presidente em exercício da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), ele discursou na abertura da cúpula destinada a acelerar a implantação de uma força de intervenção no Mali, na presença do presidente interino do Mali, Dioncounda Traoré.

O presidente do Chade, Idriss Deby - cujo país não faz parte da CEDEAO, mas prometeu enviar tropas, e o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, também participam.

A Missão Internacional de Apoio ao Mali (Misma) recebeu mandato da ONU para ajudar o Mali a reconquistar o norte do país, ocupado há mais de nove meses por grupos extremistas islâmicos, que multiplicaram seus abusos.

A operação francesa teve início há dois dias, mas "não substituirá a ação da Misma" que deve ser implementada "o mais rápido possível, o que é o objetivo desta reunião", afirmou Fabius na cúpula.

O presidente nigeriano Mahamadou Issoufou declarou ao jornal francês Le Parisien que "a França está no Mali apenas para apoiar o país e a África".

Cerca de 2.000 membros da Misma devem ser enviados ao Mali até 26 de janeiro. Uma centena de soldados togoleses e nigerianos já chegaram a Bamako.

Oito países da África Ocidental - Nigéria, Togo, Benin, Senegal, Níger, Guiné, Gana e Burkina Faso - mais o Chade anunciaram sua contribuição com a Misma. No total, serão 5.300 soldados do continente africano enviados ao Mali.

Dois mil soldados franceses já estão no território do Mali e este número deve chegar a 2.500 em breve, segundo Paris.

"Pode ser que este número seja ultrapassado", afirmou o ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian, entrevistado pela rede de televisão France3, acrescentando que no total "cerca de 4.000 militares" estarão "mobilizados para esta operação".

Bamako anunciou na quinta-feira ter retomado o controle na quinta-feira de Konna, 700 km ao nordeste de Bamako, que caiu nas mãos dos extremistas em 10 de janeiro.

A queda de Konna durante uma ofensiva surpresa dos combatentes islamitas em 10 de janeiro, no momento em que os combates entre o Exército malinense e os grupos jihadistas estavam paralisados há meses, provocou a intervenção da França, que temia um avanço dos extremistas para Bamako (sul), primeiramente com ataques aéreos e, em seguida, com uma intervenção terrestre.

Na região de Diabali (oeste), o coronel malinense comandante deste setor afirmou à AFP que os jihadistas "fugiram" da cidade, que havia sido tomada na segunda-feira e que o exército estava pronto para entrar na localidade.

Essas declarações confirmam as de vários habitantes e de uma fonte da segurança regional, que afirmaram na sexta-feira que os extremistas abandonaram Diabali, 400 km ao nordeste de Bamako, após seguidos bombardeios da aviação francesa.

Na Argélia, a agência oficial APS afirma que doze reféns e 18 sequestradores morreram na ofensiva contra o grupo que fez centenas de argelinos e estrangeiros prisioneiros no campo de exploração de gás no Saara.

O comando jihadista, que diz agir em retaliação à intervenção francesa no Mali, afirma que ainda detém sete reféns estrangeiros.

Paris e Washington confirmaram a morte de dois de seus cidadãos.

O secretário americano de Defesa, Leon Panetta, prestando homenagem à ação da França no Mali, que "tomou a iniciativa de tentar bloquear a AQMI, declarou: "nós tentaremos ajudar neste esforço como fazem outros países"





Fonte: AFP

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