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Economia
Sexta - 11 de Janeiro de 2013 às 06:58
Por: RODRIGO VARGAS

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Dinheiro seguro e sem grande esforço. Investimentos de aparência sólida e com rendimentos muito acima das melhores aplicações disponíveis no mercado. Relatos de casos "milagrosos" de gente que ficou rica da noite para o dia.

De tempos em tempos, o enredo se repete e atrai incautos para verdadeiras arapucas. E, apesar de fartamente divulgados, seguem fazendo novas vítimas a cada dia, inclusive em Mato Grosso.

"É o que chamo de equação da picaretagem: um golpista se aproveita de indivíduos ingênuos e gananciosos, confiando na omissão do Poder Público", afirmou o consultor financeiro André Massaro, em entrevista ao DIÁRIO.

Segundo Massaro, que mantém um blog sobre educação financeira no portal da revista Exame (editora Abril), os esquemas do tipo pirâmide lesam as economias alheias há muito tempo, mas se tornaram mais sofisticados e atraentes com as facilidades trazidas pela internet.

"É preciso ficar atento, pois os golpes costumam seguir um padrão, que inclui a exposição da imagem dos diretores, como forma de passar confiança, e vídeos no Youtube com relatos de supostos casos de sucesso. Mas o principal sinal de perigo é o rendimento acima do padrão", diz.

Em setembro, uma operação da Polícia Civil de Juiz de Fora (MG) cumpriu mandados de busca e apreensão na empresa Mister Colibri, que atua em todo o Brasil prometendo lucros de até 200% ao ano sobre o valor investido. A empresa é investigada sob suspeita de estelionato.

Entre os empreendimentos semelhantes que atuam em Mato Grosso, chama a atenção o crescimento da TelexFree, empresa de telefonia via internet que promete 150% de retorno ao ano a quem comprar uma cota padrão de US$ 1.375,00. O trabalho, segundo a empresa, é apenas publicar cinco anúncios semanais em sites de classificados on line.

"Existe uma regra fundamental em finanças: quanto maior a rentabilidade da aplicação, maior o risco. Se considerarmos como parâmetro a taxa Selic, que hoje está em 7,25% ao ano, qualquer retorno acima desse percentual carrega um risco diretamente proporcional", diz Massaro.

O consultor lembrou casos de grande repercussão como os da Avestruz Master (que lesou cerca de três mil investidores em mais de R$ 600 milhões) e do grupo Fazendas Reunidas Boi Gordo (30 mil lesados e dívidas de R$ 2,5 bilhões) como exemplos de negócios "da China" que não tinham base financeira.

"Uma pergunta que as pessoas deveriam se fazer antes de entrar em tais investimentos é: se uma empresa sabe como fazer um determinado valor render tanto em um ano, por que ela precisaria justamente do meu dinheiro? Seria muito mais simples tomar um empréstimo a juros de mercado. Não existe milagre.”




Fonte: DO DC

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