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Meio Ambiente
Segunda - 03 de Janeiro de 2005 às 13:50
Por: Centenera

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O presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, anunciou nesta segunda-feira que o Sudeste Asiático estabelecerá um sistema de prevenção de desastres.

"A Indonésia e países vizinhos planejam estabelecer um sistema de alarme para prevenir os desastres naturais, incluídos sismos e maremotos", disse o presidente do país, onde o número de mortos já passa de 94.000.

As ondas gigantes provocadas pelo terremoto de 9 graus em 26 de dezembro, cujo epicentro foi localizado em Sumatra, arrasaram as costas de 11 países banhados pelo Oceano Índico e deixaram quase 150.000 mortos e milhares de desaparecidos.

"O objetivo é prevenir mortes em massa e enfrentar futuros terremotos e desastres naturais", afirmou Yudhoyono.

Espera-se que o planejamento deste sistema de alarme, que poderá ser similar ao inplementado nos países banhados pelo Pacífico, seja discutido na conferência sobre as conseqüências do sismo que será realizada em Jacarta na quinta-feira.

A cúpula contará com a presença dos governantes asiáticos, do secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, e do secretário americano de Estado, Colin Powell.

O governo indonésio acredita que a reunião extraordinária permitirá arrecadar mais ajudas para os atingidos.

A província de Aceh, ao norte da ilha indonésia de Sumatra, foi a mais castigada pelo maremoto porque era a mais próxima do epicentro do sismo, o mais forte em 40 anos.

Banda Aceh, a capital da província, aos poucos volta à normalidade: a provisão de alimentos é maior a cada dia e as lojas começam a reabrir.

Todavia, mais de 250.000 pessoas estão em centros de refugiados, e militares e voluntários continuam recolhendo os cadáveres.

"Falta recolher 30.000 corpos em Banda Aceh e cercanias", disse à EFE Agus Salim, do Ministério de Informação.

"Pedimos ao exército que se esforce ao máximo. Se conseguir retirar cerca de 5.000 cadáveres por dia, em uma semana o trabalho acaba", disse Salim.

Os corpos estão sendo enterrados em fossas comuns nos arredores da cidade para evitar a propagação de epidemias.

Por enquanto, estão sendo enterrados todos os cadáveres, mas alguns deles poderão ser incinerados: "Vamos fazer o possível para não os queimar", afirmou.

Nas regiões mais remotas, onde ainda demorará mais de uma semana para recuperar as estradas, os sobreviventes começaram a queimar cadáveres porque não têm como os enterrar.

Grande parte dos 230 quilômetros da faixa costeira de Sumatra, entre Banda Aceh e Meulaboh, ficou completamente destruída.

Em alguns lugares, como no povoado de Calang, que tinha 10.000 habitantes antes do maremoto, mais de 70% da população morreram.

O único modo de chegar a esses povoados, cujos moradores estão incomunicáveis há oito dias, é de helicóptero, o que dificulta a evacuação.

"Entregamos dez telefones com transmissão por satélite a regiões remotas, mas é insuficiente", disse Gandi Prayitno, diretor da companhia de telecomunicações indonésia Pacific Satellite Nusantara.

Muitos moradores de Aceh esperam deixar a província o mais rápido possível e centenas vão o aeroporto para tentar encontrar uma passagem.




Fonte: EFE

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