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Meio Ambiente
Sexta - 24 de Dezembro de 2004 às 08:13
Por: AFP

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O cientista alemão Klaus von Wilpert aponta com preocupação algumas árvores ressecadas em meio a uma floresta de abetos em bom estado, claro sintoma da deterioração que sofre a conhecida Floresta Negra, no oeste da Alemanha. "Este é o efeito mais visível da poluição. Estas árvores ficaram amarelas no outono antes de perder sua folhagem de forma progressiva", explica o pesquisador do Departamento Alemão de Bosques (FVA), encarregado da vigilância da Floresta Negra. O Ministério alemão da Agricultura deu o alerta ao publicar um documento em meados de dezembro: os bosques alemães nunca estiveram em situação tão crítica, com um quarto das árvores destruídas, enquanto as que apresentam danos graves aumentaram 8% em relação a 2003. A situação é particularmente preocupante na Floresta Negra, que teria perdido 40% de sua área, um recorde desde 1983.

Este ano, a proporção de árvores em mal estado nesta região aumentou 10% em relação a 2003, especialmente durante a excepcional seca do verão, cujos efeitos foram sentidos com um ligeiro atraso. "Não há como negar a realidade: a Floresta Negra é uma região historicamente frágil, sobretudo na parte ocidental que recebe as emissões de poluentes do vale do Reno", ressalta Von Wilpert.

O solo apresenta níveis altos de produtos ácidos, nitrogênio, nitratos ou amônia, emitidos pelas indústrias e pelo tráfego de automóveis no vale. As principais vítimas são as árvores de raízes pouco profundas, como os abetos ou as faias, que absorvem o essencial dos resíduos industriais.

O fenômeno é ainda mais crítico em Erzgebirge, leste, região rica em metais, que recebe os resíduos das indústrias pesadas da Polônia e da República Tcheca, países vizinhos.

Se a FVA destaca o tráfego de automóveis e a atividade industrial no vale do Reno, por outro lado, também reconhece uma parte de sua própria responsabilidade por ter plantado entre 1950 e 1970 árvores que não se adaptavam à região, admite o pesquisador, que mostra abetos 10 metros mais altos que pinhos da mesma idade. "Esta árvore é muito frágil e seus espinhos, muito ácidos, contribuem para contaminar os rios e os lençóis freáticos", lamenta.

Há cerca de 20 anos, a FVA tomou o controle da situação e hoje em dia boa parte do maciço recebe magnésio para neutralizar a acidez do solo. Além disso, priorizou-se a plantação de carvalhos, mais resistentes.




Fonte: Terra

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