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Meio Ambiente
Quarta - 15 de Dezembro de 2004 às 10:30

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Ministros do Meio Ambiente de 90 países iniciam nesta quarta-feira em Buenos Aires as deliberações de "alto nível" da X Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, com o desafio de chegar a um consenso sobre novas alternativas para aplacar o aquecimento global do planeta.

A abertura do segmento ministerial do encontro, denominado COP10, está prevista para as 10.00 (11.00 de Brasília) e estará a cargo do presidente argentino, Néstor Kirchner, que dará uma mensagem de boas-vindas aos mais de 2.200 representantes das 189 nações participantes.

No ato também falarão a secretária executiva da Convenção das Nações Unidas sobre a Mudança Climática, a holandesa Joke Waller-Hunter, e o presidente da COP10, o ministro argentino da Saúde, Ginés González García, e será lida uma mensagem do secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan.

Os discursos dos ministros do Meio Ambiente serão distribuídos em quatro painéis de discussão sobre os temas que de 6 de dezembro a ontem foram o centro de intensas deliberações em nível técnico.

No primeiro painel, mediado esta tarde pela ministra de Habitação e Urbanismo do Chile, Sonia Tschorne Berestesky, será feito um balanço dos dez anos da primeira Cúpula sobre Mudança Climática, que foi realizada em 1995, em Berlim.

O presidente da delegação argentina à COP10, Raúl Estrada Oyuela, destacou o "peso" que este painel terá, já que no debate falarão os representantes de Estados Unidos, China, Rússia, Japão e Índia, os países que liberam o maior volume de gases de efeito estufa.

Os ministros também exporão suas idéias sobre o que fazer depois do vencimento do Protocolo de Kioto, pacto assinado em 1997 e que obriga as nações mais desenvolvidas a reduzir entre 2008 e 2012 suas emissões de gases contaminantes a um nível não inferior aos 5% registrado em 1990. O protocolo entrará em vigor em fevereiro próximo depois de, em setembro, a Rússia tê-lo ratificado.

Durante a etapa de deliberações técnicas da COP10, a Argentina, com o apoio da União Européia, propôs organizar dois seminários em 2005 para iniciar as primeiras consultas para traçar políticas destinadas a amenizar a mudança climática além de 2012.

Mas os Estados Unidos, que são o principal contaminante e se negam a ratificar o Protocolo de Kioto, anteciparam sua rejeição a iniciar negociações sobre o futuro "após 2012" sem antes avaliar os resultados da implementação do pacto para redução de emissões no mundo todo.

As deliberações continuarão amanhã com um painel sobre medidas de adaptação à mudança climática e mecanismos de desenvolvimento sustentável, assuntos para os quais os países em desenvolvimento, os mais vulneráveis aos efeitos do aquecimento global, pediram às nações mais ricas um aumento das verbas para financiar projetos.

Atualmente funcionam o Fundo Mundial do Meio Ambiente (Global Environment Facility, GEF), com recursos de 50 milhões de dólares, e o Fundo para Mudança Climática, por um total de 49 milhões de dólares, mas a União Européia se comprometeu a elevar esses recursos até 340 milhões de dólares.

Na quinta-feira também será analisada a utilização de novas tecnologias na batalha contra a mudança climática, principalmente aquelas que possibilitam a geração de energia e produção industrial mais limpas.

A conferência será finalizada na sexta-feira com a apresentação das conclusões alcançadas nos painéis, as declarações das organizações observadoras e a adoção da minuta de decisões.

A cúpula, a segunda desse tipo que é realizada na Argentina, conta com a presença de 2.218 representantes dos Estados membros da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança Climática, mais os observadores do Iraque e a Santa Sé, outros 3.144 representantes de organizações não-governamentais e 735 jornalistas.




Fonte: Agência Brasil

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